terça-feira, 30 de outubro de 2012

Vereador

Aos representantes municipais do legislativos, os vereadores eleitos e reeleitos de todos os municípios brasileiros, meus parabéns e um bom conselho: a prática de colocar em cabides de emprego alguns cabos eleitorais pode manter um vínculo fisiológico com setores das liderança de base, mas, no frigir dos ovos, não é benéfico. Embora lhe dê certo prestígio com poucos beneficiários, vai lhe roubar a identidade política e pode comprometer o seu conceito com a maioria dos eleitores. Na hora de votar algum projeto, verá que você não passa de um parlamentar a serviço do governo municipal, com os “assessores” ameaçados de perder o emprego. Outro aspecto nocivo dessa prática é que muitos dos seus indicados podem não exercer com honra a função dos cargos ocupados, mediante a idéia de que são protegidos do vereador. Avanço com o conselho, dizendo que seja sábio. Um bom líder pesa melhor suas ações e corrige os erros ao percebê-los. O que parece fácil e vantajoso pode ser o grande erro na sua carreira política. Não escolha o caminho pelas facilidades, mas pela cidadania.

sábado, 27 de outubro de 2012

Prefeito

Em algumas capitais e grandes cidades do País, amanhã é o dia de votar e eleger o próximo prefeito. No restante dos municípios, o pleito aconteceu em 7 de Outubro. Os eleitos terão, a partir do próximo ano, uma nobre tarefa pela frente e peço perdão por repetir um comentário que já fiz em notas passadas: Prefeito não é só para liderar os servidores e promover obras e outras ações administrativas. Prefeito tem credenciais de líder político do município e deve exercer com grandeza essa missão. Criar uma nova ordem municipal, estimular o espírito de cidadania, promover sinergia e engajamento da população na solução dos problemas municipais, e aí por diante, há tanto pra se fazer... Sugiro aos eleitos que abracem a oportunidade de ajudar pessoas a realizar seus sonhos, criem mecanismos de promoção de crescimento pessoal, em cultura, educação e esportes, entre outras atividades. Cuidado com a mesmice, com a mediocridade, não seja um prefeito ou prefeita comum. Faça o melhor possível, honre seu Deus, sua família e seu povo. E entre para a história como um exemplo de líder. Peço a Deus que abençoe os prefeitos eleitos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Segundo turno

Apesar da herança ou do recall do primeiro turno, o segundo é outra eleição. Os dois candidatos têm espaços iguais no horário eleitoral de rádio e TV. Tudo se faz novo, inclusive a propaganda. Existem aqueles coordenadores que acham que time que está ganhando não se muda... Porque deu certo o posicionamento do primeiro turno, deve-se manter na outra fase? Claro que não. Os dois candidatos devem mudar sua propaganda no primeiro momento do segundo turno. A nova fase não pode pegar ninguém de surpresa. É um grande erro de avaliação esperar a vitória no primeiro, e se frustrar por ter que prorrogar a disputa... Torcedor, tudo bem, é de se esperar, mas profissionais, não. Os profissionais devem planejar os primeiros dias do segundo turno, antes de terminar o primeiro, seja qual for a colocação do candidato nas pesquisas. Porque eleição é como futebol, tudo pode acontecer, até na prorrogação.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Compra de voto

A fiscalização da Justiça é precária e o abuso do poder econômico continua influenciando os processos eleitorais brasileiros, principalmente nos pequenos municípios, apesar de notável evolução dos últimos anos. A contratação de eleitores nos últimos dias, a pretexto de intensificar panfletagem e apresentar volume de gente (adesão popular) em prol de uma ou outra campanha é um meio camuflado de comprar votos. Ao cooptar o cidadão para o serviço de ficar na rua com a camiseta de propaganda no dia da eleição, o agente orienta que ele vote antes (para evitar perder um voto se o cabo-eleitoral for preso pela operação inibidora de boca-de-urna). É claro que não o obriga e não teria como se certificar de que o contratado votou no candidato que o contratou. Mas a cortesia do brasileiro é conhecida. Como uma pessoa simples, honesta, bem intencionada, grata e cheia de boa vontade iria trair seu contratante, ou seja, deixar de votar nele para votar no adversário que nem serviço lhe ofereceu? Está aí configurada a compra do voto. Candidatos que representam grandes grupos econômicos contratam mais gente para boca-de-urna. Se fizerem uma triagem, podem contratar exatamente quem estaria inclinado a votar no adversário. Com isso, além de obter mais votos, ainda extrai do rival. Como a Justiça irá inibir isso nas próximas eleições?

sábado, 20 de outubro de 2012

Produção

Os candidatos não devem aceitar excesso de produção na sua apresentação nos programas eleitorais de televisão. Se ele ou ela não for natural nos programas eleitorais, haverá um contraste na sua aparição pública: entrevistas, debates, comícios e outras oportunidades em que a produção não consegue acompanhar o candidato. O que adianta mostrar-se impecável como um robô e, depois, parecer um robô bem humano, cheio de defeitos (e pior: se achando péssimo por isso)? Os “marqueteiros” precisam parar de querer ser mais importantes que o candidato. Mudar o sujeito é o mesmo que competir com Deus e dizer, depois de muito treinamento e maquiagem, “agora a criatura é minha”. Um Frankenstein... O coitado do candidato pode até ser bom, mas seguindo esses conselhos sobre um tal de modelo ideal... Acaba pior que ruim. Acredito que devamos valorizar todo ser humano como um ser maravilhoso, apesar das falhas. Marqueteiro não pode competir com o Criador.

Debate

O debate político de TV é um evento dos mais importantes numa campanha eleitoral. Mas o candidato deve tomar cuidado porque o seu comportamento estará sendo mais avaliado do que a mensagem. O tom de voz e os gestos terão peso superior aos seus argumentos. É imprescindível, portanto, que o candidato não exija perfeição de si mesmo. Melhor que ele seja autêntico, agindo com naturalidade e desprendimento. Uma cara feia de autocensura diante de um erro é pior do que o erro. Sofro com a constatação de que alguns colegas “marqueteiros” preferem encher os seus candidatos de “jogadas ensaiadas”, só que, como dizia o garrincha, “sem combinar com os adversários”. Com pouca eficiência, esse esforço acaba roubando a espontaneidade do candidato e, portanto, o seu carisma também. Defendo que o melhor preparo para um debate é o exercício de valorizar a sensibilidade e confiar na experiência política que habilita a pessoa na arte da convivência. Descontrair-se na véspera é mais produtivo que um exaustivo treinamento de esperteza.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Inimigo

O maior inimigo de um ser humano é o seu próprio ego. Vitorioso é aquele guerreiro que o enfrenta e o vence em batalha mortal. Abre, enfim, espaço para o espírito de Deus em sua vida, harmoniza-se com as forças do bem, na natureza e no mundo espiritual, e, assim, vive em paz, fortalecido, edificando-se sobre uma rocha. O problema é quando o ego está inflado... Quanto mais acontece, mais cego ou hipnotizado se encontra a vítima de si mesmo. Em campanhas eleitorais, por diversas vezes, deparei com candidatos que foram derrotados pelo próprio ego. Geralmente, acontece com quem inicia o processo como franco-favorito. A pressa de se sentir vitorioso faz com que o candidato assuma uma postura de “governante” antes da hora. É aquela história de que basta dar poder para se conhecer alguém. O candidato mostra a verdadeira face durante a campanha (o que é bom pro eleitor). Já não tem disposição para pedir apoio e passa a ameaçar o cidadão: “você que sabe, eu vou ganhar a eleição e você vai ver...” Ora, iniciou-se o processo de derrota. Por isso, costumo dizer aos candidatos (com potencial para ganhar) que se encontram por baixo nas pesquisas: O cenário está favorecendo a vinda do melhor aliado possível, a humildade sua e do seu time.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Humildade

Se era importante no processo eleitoral, tanto para assumir e corrigir erros em tempo, quanto para ouvir mais que falar e ser sábio e, jamais, espertalhão... A humildade se faz essencial agora, depois dos resultados. Para o vitorioso, a humildade não vai permitir que ele se assoberbe e, assim, impedindo de deflagrar, de cara, um processo de derrota pós-vitória. Para o derrotado, a humildade fará da experiência a maior vitória possível. Depois de muitas eleições vividas, diante de derrotas e vitórias, posso dizer, sem sombra de dúvida, que aprendi bem mais com as derrotas. A vitória é um bem imediato. A derrota é um mal que se transformará num bem ao longo do tempo. Parafraseando Vinícius de Moraes, concluo: mas tudo isso que eu falei não vale nada, se nessa selva obscura e desvairada, não se souber adotar a humildade para receber tudo com muito amor (e gratidão).

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Coragem

Este ano deparei com campanhas em que tive que avaliar criações de outros publicitários e decidir se deveria manter ou mudar. Uma usava como teaser a palavra “Fé”. Na ocasião, uma colega se apressou: “Já sei, você vai logo mandar tirar aqueles adesivos que eles mandaram fazer”. Eu disse: não. Como posso tirar justamente o que me move e move a tantos e é capaz de mover montanhas? Mantive a Fé. Na outra campanha, que peguei já bem adiantada, a maior preocupação da agência que havia criado a propaganda era se eu pretendia mudar o slogan. Novamente, disse: não. Como posso mudar um slogan sobre o qual concordo com o posicionamento e a filosofia contida? Não mudei nada da campanha, até porque a estratégia estava correta, havia sido bem estudada. Ao invés disso, acrescentei, somei com o que faltava: paixão. Por ironia, o slogan era “coragem para mudar”. Não tive coragem... (rs) Neste caso, por sensatez. Registro isto aqui para deixar bem claro que, quando defendo a mudança de um conceito numa campanha, eu o faço com ausência de vaidade e excessivo zelo pela verdade e o sucesso do cliente. Faço o meu trabalho com amor, não com o ego.