sábado, 29 de dezembro de 2012

Paro Ano...

Há uns 20 anos, esbocei um cartão de ano novo da agência de propaganda, dirigida para os clientes, em que dizia mais ou menos assim: “Para o Ano Novo não lhe desejamos paz, como a maioria o faz, mas o que lhe desejamos é inquietação. Não queremos que se acomode, mas que tenha ambição. Para que busque o sucesso e encontre na nossa equipe de profissionais as melhores ferramentas para alcançá-lo”. Acho que um anjo me impediu de concluir essa idéia e de prestar um desserviços aos queridos clientes de então. Mandei um outro com mensagem menos egoísta e livre de tantos enganos. A ousadia não é genial. Sem responsabilidade, a ousadia passa a ser nociva, no mínimo inconveniente. Sem paz, nada tem gosto. O querer mais e mais é a própria infelicidade. A inquietação, ou desassossego, não é saudável, mas a responsável pelas doenças de toda espécie e pela morte precoce de muitos. É sintoma da arrogância humana, do homem que não enxerga suas próprias limitações e não respeita o imponderável. Com esses argumentos, desejo Paz a você e a sua família. Desejo que em 2013, paro ano (como se diz na Bahia), que você tenha um relacionamento íntimo com o Criador e conheça a Sua glória, a verdadeira felicidade que se encontra no Amor imensurável desse generoso e extraordinário Deus. E cito Kivitz: “Quem tem um Deus extraordinário não pode ter uma vida ordinária”. Ame a Deus mais que tudo.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Território

Toda vez que um candidato ou governante, ao me consultar, apresentava algum receio do adversário, eu procurava tranqüilizá-lo dizendo que há uma estratégia infalível. Costumava usar uma ilustração que aprendi com o jornalista Antônio Melo: “não tenho medo de tubarão. Enfrento qualquer tubarão, desde que ele venha brigar comigo no meu território, na areia da praia. No território dele, nas águas do mar, é que eu não vou brigar com ele”. E assim eu convencia o cliente a mudar seu comportamento diante das críticas do adversário. E o ajudava a definir o melhor terreno como campo de batalha (o debate político). Em alguns casos, o governante precisava parar de se defender dos problemas na saúde, o setor que estava em má fase, e passar a falar da importância dos investimentos na educação, onde tinha mais obras, argumentando inclusive o benefício futuro para outros setores, como a saúde por exemplo. Com essa mesma estratégia, vejo a luta do bem contra o mal. Não é possível combater o mal nas trevas, ou seja, no território dele. É preciso atrair o oponente para a claridade, para a luz da verdade. A claridade é ambiente impróprio para a sobrevivência do mal.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Propósito

Antigamente, costumava incentivar a todos a entrar na política, com a idéia de que participar era a melhor estratégia. Estimulava até quem não tinha voto a sair candidato, com o objetivo de tirar o medo de perder, estimulando que alimentasse o sonho. Mudei um pouco o meu modo de pensar. Recentemente, um amigo que tinha recebido um convite para importante cargo político me procurou, disse-me propenso a aceitar por experiência e me perguntou o que eu achava. Ponderei: Somente para obter experiência, digo que não aceite. Porque política é coisa séria, é sacerdócio. Há que ter vocação borbulhando nas veias, há que sentir no coração um grande impulso (reconhecimento de uma ordem de Deus). Política é servidão. É missão, a mais nobre e mais completa das atividades humanas. Não é porque alguns oportunistas ingressam na política para se locupletar, espalhando incredulidade e desânimo social, que a atividade será maculada. A cidadania depende de bons exemplos. O cidadão precisa acreditar nos seus líderes. Por isso, aconselho atualmente... Só entre para a política se estiver disposto a resistir a todas as tentações contra o seu compromisso com o povo. Porque há que ter uma luta heróica para romper com todos os vícios do poder público.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Piedade

Quem não tem piedade não ama. É do amor a compaixão. Um verdadeiro líder não pode ser movido por ambição, ou seja, por interesses racionais, calculistas. Um verdadeiro líder carrega o seu propósito no coração. Há que ter amor ao próximo e um forte desejo de promover o bem comum. Há que aperfeiçoar esse amor no exercício da piedade ou jamais exercerá uma liderança justa e, portanto, seria fadado ao insucesso. Bom lembrar que sucesso em liderança não é um histórico de vitórias eleitorais ou boas recordações do auge. É um forte legado, o resultado do que semeou ao longo da estrada, os frutos espirituais.

sábado, 22 de dezembro de 2012

União

É verdade que a união faz a força. Nenhum grupo político, nenhum povo, nenhuma família ou grupo de amizade consegue se desenvolver ou se fortalecer sem verdadeira aliança, seja afetiva ou racional (por interesses comuns). O conceito, aliás, é quase uma unanimidade. Se você perguntar ao universo de 100 pessoas, 99 dirão que valorizam a união e sabem do seu benefício, contudo, podem confessar, se forem sinceros, que não conseguem isso nem em casa nem no trabalho: trata-se de uma rara conquista. Um dos motivos é o egoísmo, quando o indivíduo coloca seus interesses acima dos demais membros do grupo. Outro é o orgulho, que alimenta a tendência dos indivíduos se ofenderem com a mínima falha ou ofensa dos demais. Esses dois motivos guardam um triste resultado: a ausência do perdão. Para se consagrar toda e qualquer união é necessária a experiência do perdão. A tolerância recíproca, a compreensão mútua... Se um grupo não consegue se unir, é evidente a carência de um líder e aí está a grande oportunidade. Um bom líder pode surgir no caos, semeando a concórdia e conseqüente harmonia e força. Faz grandes demonstrações do poder do perdão e colhe, certamente, o aprendizado emocional (isso não se ensina por métodos cartesianos) e a fidelidade dos seus liderados. Isso é prestar serviço a Deus que exige amor e serviço honesto ao próximo.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Frutos

É do ser humano mudar muitas vezes ao longo da vida. São as transformações evolutivas. A criança morre para nascer o adolescente. O homem maduro nasce quando o imaturo morre. E muitas vezes são as mortes do maduro que não se acomoda. Várias são as camadas de percepção e conseqüente progresso nas atitudes. O tédio do conjugue se dá quando a pessoa não se desenvolve, e dá a impressão de ser a mesma pessoa por 5 ou 10 anos. Do mesmo modo o povo se cansa do líder. O desgaste de um governo reeleito chega a extremos, quando o governante se mostra estagnado nos mesmos conceitos e posturas de liderança. Em três anos, Cristo surpreendeu várias vezes os seus apóstolos e uma das mais brilhantes foi quando lavou os pés de todos eles, dando uma demonstração divina de humildade pedagógica, de serviço aos seus liderados. Contrariando Maquiavel, que disse “melhor ser temido que amado”, o conceito mais moderno de liderança exalta o “líder-servidor”, que ama os seus liderados, tem piedade da multidão e ajuda um a um, durante a convivência, com tolerância e compreensão. Assim é uma liderança que frutifica. Qualquer outro estilo resulta em nada.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Verdade

Há dois dias, um policial parou meu carro e reclamou de eu não estar usando o cinto de segurança. Apressei-me em justificar: “eu estava aqui perto e já vou parar logo ali”... Eu menti. Vinha de uma chácara, passei por rodovia e atravessei a cidade sem o uso do mecanismo apropriado para a minha segurança. O pior é que me incomodou a truculência do policial e nem me dei conta da transgressão contra a minha própria segurança – naquele momento, cheguei a achar que estava com a razão. Apenas hoje enxerguei com clareza o que acontecera, durante meditação sobre a leitura bíblica do dia. A Palavra de Deus não abre concessões quanto à mentira. Nem para ajudar o pobre, nem para apoiar a maioria. A menor delas tem o papel de esconder o mal e, nas trevas, o mal se alastra e contagia outras pessoas (as mais próximas). Está escrito que a confissão é a cura para todos os males porque, ao conduzir à luz o que estava escondido, toma-se consciência, vê-se que não era um bicho de sete cabeças, e o melhor de tudo é contar com o perdão de Deus, que purifica o coração e renova o espírito. Deixa o cidadão com a capacidade de se alegrar e dormir em paz. A mentira é recurso de proteção dos males, por vergonha, medo ou maldade. Em todas as alternativas, a alma sofre e precisa de socorro. No meu caso, percebi que a mentira mencionada tentava manter meu péssimo hábito de andar sem cinto, tentando contra minha vida. A primeira vítima da mentira é a própria pessoa que a usa. Imagine se o político corrupto não pudesse mentir e esconder da sociedade o seu mal... Não o faria, não é? Então, para não ficar tentado a agir com desonestidade, um líder deve se esforçar e se habituar a falar a verdade sempre, custe o que custar. Com isso, não alicerçará sua carreira em areia movediça. Assim, não se enganará nem tapeará os seus liderados. Então, exercerá com honradez a sua nobre missão de conduzir seu povo ao desenvolvimento.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Transformação

No post anterior, de título “Confiança”, comentei um ocorrido e enfatizei a postura proativa sobre uma circunstância delicada. Neste aqui, quero me corrigir, pois, ao lê-lo depois, achei que estava me exaltando com apresentação de uma virtude. E aqui digo que não tenho mérito algum. Eu fui transformado. Se o fato tivesse ocorrido em meados do ano passado, provavelmente eu teria me indignado e levaria o caso à delegacia, não pelo valor dos objetos, mas por orgulho. Teria perdido minha paz e levado muitas pessoas ao constrangimento e sofrimento. Fui transformado e não posso achar que tenho mérito nisso. Um ferro frio, escuro e duro que se torna quente, vermelho e moldável na fornalha de uma siderúrgica pode se vangloriar da metamorfose? Não teria sido, com precisão, o fogo o grande responsável pela mudança? Pois é... Fui transformado pelo poder do nosso Senhor Jesus Cristo que vem me justificando pela Fé há pouco mais de um ano. Imagino pessoas inteligentes que fizeram psicanálise por cerca de quinze anos e devem ter lido 90% dos livros de auto-ajuda editados durante o mesmo período, e ainda não conseguiram perdoar uma simples ofensa. Não está na inteligência humana a capacidade de tanta transformação, mas apenas no poder de Deus que está disponível a todos, gratuitamente. Para ligar o assunto ao tema do blog, devo acrescentar que um verdadeiro líder precisa, antes de tudo, ser um servidor. E não é possível cumprir bem essa missão, sem antes se tornar justo. É necessário, portanto, buscar a única possibilidade no poder de Cristo.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Confiança

Quantas roubadas? Quantos tropeços? Quantas decepções uma pessoa precisa ter para dar por falida toda ilusão da vida? Não precisa ser um político experiente para descobrir que não dá para confiar plenamente nas pessoas, não de olho fechado. Basta ser gente. Até aquele amigo de longas datas pode ter uma data de fraqueza, um dia ruim... E lhe trair. Então, como viver? Desconfiado? Que gosto tem a vida do avarento que esconde os seus proventos com medo de serem tomados? Ah, aí está o centro da questão. Não precisa desconfiar nem temer se você souber que o que pode ser roubado, na verdade, não é seu. Este ano eu fui furtado. Tiraram coisas de casa, aparelho de TV, DVD, home theater e projetor de telão (um cinema em casa que eu gostava muito), entre outras coisas. Um serviço de inexperiente... Fiquei até constrangido de ter percebido quem o fez, e logo tive piedade, antes mesmo de lamentar o ocorrido. Fiz uma oração para que Deus perdoasse o que fizeram, que Ele tratasse como se eu tivesse dado todos aqueles objetos. Até porque me sentia em pendência, por pura inoperância: queria dar as coisas que me sobravam e não sabia como nem a quem. Depois disso, dei todo o restante que havia na casa e, como estou solteiro, passei a morar em hotel. Em suma, é preciso ter consciência de que seu verdadeiro tesouro é o que ninguém pode roubar. E confiar em Deus. Com isso, viverá em paz e sem precisar desconfiar de ninguém, até porque só quem tem um ego grande é que se ofende com traições. Quem não alimenta a própria vaidade e ama o próximo tem compaixão de quem comete um erro grave com quem lhe ama.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Credibilidade

É notório que o maior capital na política é a credibilidade. Engana-se, porém, quem acha que credibilidade é apenas a fama de cumprir promessas. Isso é apenas um dos aspectos da imagem desejada por todos. Cito dois outros aspectos que são tão importantes quanto este: 1) Boa vontade (em que se encontra também a capacidade de perdoar): O político que não vive desconfiado, que em tudo crê e não liga quando é enganado porque não é vaidoso e, no frigir dos ovos, muitos não o enganam e tem certeza de que sempre o saldo é positivo. É indulgente com as limitações humanas e perdoa quem lhe ofende ou quem tenta lhe usurpar. 2) Saber reconhecer o erro: O líder que volta atrás e pede perdão pelos erros que cometera gera um alto grau de confiança porque explicita suas boas intenções. Mostra humildade que é sempre bem-vinda ao dizer “sou humano e erro como todos os meus semelhantes”. E dá o bom exemplo de honestidade, principalmente quando revela o erro antes de ser criticado: “Vocês não viram e até me aplaudiram por isso, mas eu errei. Reconheço e vou corrigir isso". As pessoas se sentem bem ao seguir um líder que perdoa se elas errarem e que reconhece quando erra. Gera sensação de conforto. A credibilidade é um capital político incomparável, mas deve ser completa. As pessoas precisam assimilar que líder não é o que se faz de superior (porque somos todos iguais), mas o melhor servidor, ou seja, o que serve melhor aos seus liderados.