O homem luta em vão por direitos, através
da política, formulando leis. Pois a Bíblia nos ensina que o homem não consegue
evoluir, baseado nas leis ou sob ameaças de sistemas rígidos. Alguns poucos que
detém o poder acabam se denominando “homens da lei” e oprimem os demais,
pregando o que não praticam. Isto acontece até hoje com os exemplos de governos
corruptos, tanto de direita como de esquerda. Essa injustiça é produto dos
meios injustos cujos fins não os justificam, como os embates entre irmãos em
nome de uma causa. Na verdade, o homem luta em vão para conter sintomas do
desamor, que também se vê quando se valoriza uma causa acima de uma vida. Quando
um ativista apaixonado defende sem mansidão uma bandeira que ele julga justa, é
capaz de provocar ódio e conflitos que colocam em risco muitas vidas. Com a
melhor das intenções, esse idealista comete um grave erro e atrasa as reais
conquistas, defendidas por Jesus: “amem uns aos outros”. Jesus não incentivou
luta armada para abolir a escravidão nem incitou as esposas oprimidas pelos
maridos para que conquistem igualdade feminina pela “queda de braço”. Porque essas
bandeiras são como estratégias débeis de uma medicina equivocada, que se
concentra na cura dos sintomas e deixa a doença avançar. A doença social que
gera o sofrimento de muitos, inclusive a fome, é o desamor. Uma vez que o homem
consegue amar ao próximo como a si mesmo, todas os direitos humanos são
alcançados. Acontece que a campanha para a revolução do amor não é fácil, pois
exige o sacrifício do perdão. Mudar-se primeiro, combater o mal em si, para mudar
o mundo. Então, há que haver muita coragem. Até para caber o coração que ama, é
preciso ter muito peito para amar. Sabendo ser o amor sofredor, reside na fé a
coragem que o homem precisa ter para amar, ou seja, para encarar o sofrimento
inerente ao amor. Não é possível o exercício do amor incondicional sem a
consciência do amor incondicional de Deus ou sem admitir a própria iniqüidade e,
verdadeiramente arrependido, sentir-se perdoado por Ele. Amar a Deus acima de
tudo é pré-requisito para este amor ao próximo que exige o sacrifício do
perdão. É necessário sentir a identidade com Deus, assumir a imagem e semelhança
a ser resgatada na peregrinação da fé, na justificação de Jesus Cristo, de
maneira que possamos adquirir confiança o bastante para nos entregar de amor ao
próximo. Faz-se necessário cumprir a jornada determinada por Jesus: e quem não
toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Mateus 10:38.
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