Uma vez me contaram uma pretensa piada, de um homem que
disse ao filho, uma criança de cerca de dois anos, para pular de um balcão nos seus
braços. Quando a criança pulava, ele tirava os braços para a criança cair no
chão. O filho, ainda chorando, ouvia do pai, segundo o humorista:
“isso é para você aprender a não confiar em ninguém”. Existe uma sub-cultura alimentada por teorias de psicologia que defende
que a evolução depende das maldades que as pessoas fazem contra as outras.
Então, a exemplo do pai estimulador de reservas, o patrão nervoso dá broncas na
frente dos outros para que o funcionário tímido sinta vergonha e melhore. O cliente do restaurante grita com o garçom,
depois se explica pra namorada: “tenho que fazer isso pra ver se esses caras
ficam mais eficientes; é pro bem dele”. A mulher provoca ciúme no seu admirador para que ele se acostume com esse tipo de cena e não a cobre atitudes preventivas. O homem não telefona para a mulher, quando vai se atrasar,
para que ela não se acostume com essa atitude e exija o mesmo toda vez que ele resolva se desviar do
caminho de casa. Não é isso que Jesus nos ensina. Quando o Mestre nos diz para
ser o sal da Terra, Ele nos anima para ser doce, manso e confiável, para que as
pessoas ao nosso redor sinta o sinal do Reino de Deus. De modo que a
convivência desperte a observação sobre a bondade e a confiança na vida, alimentando,
diante de atitudes nobres, a esperança de algo muito melhor do que a dura
realidade que o mundo nos apresenta hoje. Então, a verdadeira evolução não acontece
com as dificuldades, mas com as demonstrações de amor e solidariedade. A manifestação
de impiedade nos desanima, contribui para que não acreditemos na vida. A
compaixão, ao contrário, nos diz que algo melhor existe e pode predominar. Servir
a Deus, portanto, é ser um sinal do Reino Dele, demonstrando confiabilidade,
bom caráter, aconchego. A criança que confia no pai vai confiar mais facilmente
na Palavra do Pai. O funcionário que vê bondade no patrão arrepende-se de ter
negligenciado em alguns momentos e tenta melhorar, movido pela consciência. O
garçom perdoado pelo cliente tenta melhorar o atendimento, não por medo que
gera revolta, mas por amor. O homem apaixonado por uma mulher honrada se
ajoelha e agradece a Deus pela sorte. Igualmente, a mulher do marido confiável dorme
bem melhor.
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