quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Sinal do Reino


Uma vez me contaram uma pretensa piada, de um homem que disse ao filho, uma criança de cerca de dois anos, para pular de um balcão nos seus braços. Quando a criança pulava, ele tirava os braços para a criança cair no chão. O filho, ainda chorando, ouvia do pai, segundo o humorista: “isso é para você aprender a não confiar em ninguém”. Existe uma sub-cultura alimentada por teorias de psicologia que defende que a evolução depende das maldades que as pessoas fazem contra as outras. Então, a exemplo do pai estimulador de reservas, o patrão nervoso dá broncas na frente dos outros para que o funcionário tímido sinta vergonha e melhore. O cliente do restaurante grita com o garçom, depois se explica pra namorada: “tenho que fazer isso pra ver se esses caras ficam mais eficientes; é pro bem dele”. A mulher provoca ciúme no seu admirador para que ele se acostume com esse tipo de cena e não a cobre atitudes preventivas. O homem não telefona para a mulher, quando vai se atrasar, para que ela não se acostume com essa atitude e exija o mesmo toda vez que ele resolva se desviar do caminho de casa. Não é isso que Jesus nos ensina. Quando o Mestre nos diz para ser o sal da Terra, Ele nos anima para ser doce, manso e confiável, para que as pessoas ao nosso redor sinta o sinal do Reino de Deus. De modo que a convivência desperte a observação sobre a bondade e a confiança na vida, alimentando, diante de atitudes nobres, a esperança de algo muito melhor do que a dura realidade que o mundo nos apresenta hoje. Então, a verdadeira evolução não acontece com as dificuldades, mas com as demonstrações de amor e solidariedade. A manifestação de impiedade nos desanima, contribui para que não acreditemos na vida. A compaixão, ao contrário, nos diz que algo melhor existe e pode predominar. Servir a Deus, portanto, é ser um sinal do Reino Dele, demonstrando confiabilidade, bom caráter, aconchego. A criança que confia no pai vai confiar mais facilmente na Palavra do Pai. O funcionário que vê bondade no patrão arrepende-se de ter negligenciado em alguns momentos e tenta melhorar, movido pela consciência. O garçom perdoado pelo cliente tenta melhorar o atendimento, não por medo que gera revolta, mas por amor. O homem apaixonado por uma mulher honrada se ajoelha e agradece a Deus pela sorte. Igualmente, a mulher do marido confiável dorme bem melhor.

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