quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cadê o programa?

Em alguns grandes municípios do estado de São Paulo, em que o carro-chefe das campanhas eleitorais é a televisão, o programa eleitoral de rádio fica muito prejudicado, quando não esquecido. Contou-me um amigo que, certa vez, quando candidato a prefeito de Santos(SP), descia a Imigrantes, voltando da Capital, e ligou o rádio para ouvir sua estréia no horário eleitoral. Teve uma surpresa quando deu a hora do programa e havia um silêncio, depois um aviso de que a coligação não tinha entregue o material a ser transmitido. Em dois telefonemas, descobriu o que acontecera: a agência de propaganda contratada não tinha se lembrado de fazer o programa de rádio, já que depositara todos os esforços para a produção do programa de TV. Tem agência que não se esquece de fazer o programa, mas faz de qualquer jeito, sem o devido zelo. Acontece que existe um público que se informa sobre os candidatos pelo rádio. Conquista essa fatia quem não negligencia esse veículo rápido, tradicional e eficiente.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Educação

Atacar o adversário em campanhas eleitorais é imprudência, verdadeira insensatez, e aponta tendência ao fanatismo. É tentador aos mais fervorosos, bater no candidato do outro lado, geralmente naqueles que estão na frente. Mas não se trata de uma estratégia bem pensada porque basta analisar dados de pesquisas qualitativas que a coordenação da campanha veria que é um ato improdutivo e até prejudicial a quem ataca. Para o processo eleitoral, o resultado é desastroso. Quem ataca presta um desserviço à democracia, confunde os eleitores e demonstra uma agressividade imprópria ao espírito de cidadania. Que coligação é essa que estimula desunião e age com desrespeito ao público? Que partido é aquele que parte o coração de quem não suporta troca de agressões? Que candidato é o senhor ou a senhora que permite seus assessores difamarem seus adversários? É possível um político defender propostas para a Educação, demonstrando não tê-la?

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Vexame

É impossível um político evitar uma gafe ou outra, durante o processo eleitoral. Principalmente, os mais vaidosos. Freud aponta o “ato falho” como uma revelação involuntária de sentimentos ou conceitos que a pessoa tenta esconder. A falha de um candidato pode gerar enorme suspeita entre os eleitores e isso provocar sua derrota na eleição. Graves assim ou banais como a maioria, os momentos desconcertantes são excelentes oportunidades de auto-conhecimento, análise sobre si mesmo e correção de conceitos, de postura e de rumo. O melhor das conseqüências é a humilhação derrotar o ego, o que faz muito bem pra qualquer pessoa, principalmente para um candidato. Ulysses Guimarães disse: “o maior inimigo de um político é a sua vaidade”.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Correção

Um amigo que também trabalha com marketing político me contou um dia que, sendo um dos coordenadores de uma campanha de grande expressão, analisou pesquisas qualitativas, as vantagens e desvantagens do candidato dele e dos adversários... E tomou uma decisão quanto à estratégia a ser adotada num importante debate entre eles, na televisão. Passou a idéia para o seu cliente que acatou, confiando na sensibilidade e experiência do seu marqueteiro. Este amigo foi pra casa depois dessa exaustiva reunião na véspera do debate. E lá pelas tantas, deitado, relaxado, quase dormindo... Teve um sobressalto. De repente, sentiu que a estratégia estava errada. Pelo avançado da hora, no entanto, julgou que não tinha sentido acordar o político nem os demais do staff por “suposição”. Deveria apostar na estratégia inicial, pensou.
Dessa história, ganhei uma valiosa lição e, desde então, sou campeão de voltar atrás. O erro humano é muito comum. Uma mera palavra num texto, uma frase que pode ser mal interpretada... Se você pode corrigir o erro, que orgulho lhe impede de fazê-lo? O candidato em questão perdeu a eleição por causa da estratégia usada nesse debate. Um equívoco evidenciado pelas pesquisas posteriores.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Antevidência

Para o bom entendimento da realidade, o candidato não pode ver pesquisas como se vê uma foto ou mesmo uma radiografia. Há que se aprofundar no exame. Com ajuda de profissionais especializados, deve lançar mão da estatística e obter cálculo avançado, que desvenda o verdadeiro cenário, incluindo a tendência. Assim, é possível se posicionar melhor e trabalhar com olhos nas variáveis, muitos lances à frente. Não é à-toa que o Xadrez é a melhor analogia para a disputa eleitoral. Parece alienado o jogador de Xadrez que mexe as pedras por resultados imediatos ou pensando apenas numa jogada a fazer. Se não tiver concentração e raciocínio para enxergar as possibilidades de futuro, jamais iniciará uma jornada ao cheque-mate com passos disciplinados e produtivos. Sem prevenção, dão-se os primeiros passos para uma longa caminhada, sem saber a direção.

sábado, 18 de agosto de 2012

Prudência

Ao contrário de quem se encontra em desvantagem e precisa ousar, quem está em situação confortável deve se acautelar. Estar na frente, tanto em intenção de votos como em potencial, é de muita responsabilidade. Para o sucesso (mera manutenção do quadro) desse candidato é melhor não errar do que acertar. Então, o risco se faz desnecessário e até insensato, enquanto que a prevenção, mister. Até por ter mais tempo que o adversário para pensar, tudo precisa ser bem planejado, cada peça publicitária devidamente discutida, todo texto, antes de publicado, avaliado com bem-vinda crítica. Nessa campanha não há que ter pressa para agir, então não tem motivos para o improviso. Muito menos para jogar dinheiro fora com investimentos desnecessários.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ousadia

Quando o processo eleitoral parece desfavorável, a situação nublada... O adversário gozando de confortável vantagem, com mais recursos e saúde eleitoral... O que nunca se deve fazer é jogar a toalha. Nem esmorecer... É preciso ousar, desafiar a realidade, a matemática, os estatísticos, a mesmice. O candidato deve lembrar que ele é o líder nato, capacitado para indicar o melhor caminho. Precisa decidir o que fazer e não deve deixar para lamentar nada ter feito, depois do pleito. Há que recorrer ao instinto de comandante, sua inteligência política, a natural capacidade de discernir sobre os lances à frente, como um bom jogador de Xadrez. E agir com a nobre missão de interferir com sensibilidade na mudança de rumos do município pelo bem da população. O bom caminho para a ousadia é vencer o orgulho, o medo, o egoísmo, tudo que nos prende à mediocridade. Os gregos construíram um grande cavalo de madeira e o deram de presente. Ganhou a guerra de Tróia. O candidato precisa pensar desamarrado, com as asas abertas e muito desprendimento. Mas nada disso é possível, eu creio, sem se ajoelhar num quarto fechado e pedir a Deus uma boa idéia.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Tiro no pé

Camarada que faz parte da equipe do candidato e que aproveita a “oportunidade” de campanha para garantir seu espaço no “futuro governo” já não está de bem com a ética, muito menos com a política. Presta um desserviço ao candidato e ao processo eleitoral. Agora, se o esperto, para garantir esse espaço, resolve tratar mal os colaboradores para demonstrar “autoridade”... Aí é o tal do atirador de elite. No pé. Porque uma campanha vitoriosa não se faz com essa pseudo autoridade, mas com muita união de todos. Há que tratar a todos com carinho e espírito de colaboração mútua. O líder é o servo dos demais. O pior de tudo, no entanto, é que os candidatos e mesmo os coordenadores (quando não são os tiranos) não conseguem enxergar esses atos porque geralmente o “chefe” oportunista é também hipócrita. Trata mal os pequeninos, mas bajula os grandes... Como diz um amigo, pensa que Deus não vê, logo Ele que sonda corações e conhece a alma de cada um.

Desejo de vitória?

Quem coloca o desejo de vitória numa eleição acima do respeito ao eleitor já não merece a satisfação dessa vontade egoísta e totalmente inadequada ao serviço público. Para que quer a eleição o candidato que não ama o seu povo? Para sua própria satisfação? Para a inflação (do bolso e do ego)? Para crescer, enquanto reduz o cidadão? A vitória, caro candidato, depende de como você vai se apresentar ao eleitor que, aqui no Brasil, tem amadurecido e percebido na expressão facial, no tom de voz, nas entrelinhas do discurso, a quantas anda sua abnegação, indispensável a quem se entrega ao sacerdócio de servir ao público.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Na luz

Ao longo da carreira profissional, em algumas cidades, cheguei a conversar com mais de um candidato, até definir com qual iria trabalhar. Tive a oportunidade de certa vez conversar com um que demonstrou raiva do adversário, já dizendo que queria uma campanha combativa, que a ordem era bater. Quando fui conversar com o candidato do outro lado, tive uma surpresa: Ele demonstrou piedade do rival, alem de mencionar planos bem mais avançados que o referido processo eleitoral. Não tive dúvida de que lado estaria... Ódio, desejo de vingança, qualquer um pode ter. Piedade é só para os fortes, os corajosos. E também achei coerente o fato de pensar grande, não enxergar apenas aquela eleição.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Amor e coragem

Exercer cidadania é amar o próximo, ser gentil, querer o bem. Cidadania é não prejudicar o vizinho, não trair o colega, não ignorar o amigo nem falar mal do irmão. Ao contrário de matar o semelhante, apontar diferenças, cobrar atitude dos outros, cidadania é promover a vida, enxergar a essência, compreender e tolerar limitações. Cidadania é proteger os filhos dos outros como se fossem seus. Ajudar idosos, repartir o pão, oferecer socorro. Cidadania é o caminho para o verdadeiro desenvolvimento da cidade e, por conseguinte, da nação. Cidadania é atitude de amor e coragem, o bem agir do coração.