sábado, 30 de junho de 2012

Paixão

Incrível como alguns candidatos se deixam influenciar por resultados de pesquisas eleitorais no início de campanha. Uns se sentem eleitos por estarem na frente, outros precocemente derrotados por estarem na “lanterna” (último colocado). Costumo dizer: o que ganha eleição não é posição nas pesquisas, mas posicionamento político. Tem candidato que entra no processo com a bola toda e sai com o pior dos resultados, ao passo que outros iniciam com menos de 3% e conseguem chegar à vitória. A performance do candidato no processo depende de como ele vai se apresentar ao eleitor, suas virtudes, propostas, soluções apresentadas, etc. Agora, é preciso ter em mente que nada, nem tecnicamente nem financeiramente, é superior ao despertar de uma paixão. Quando o candidato conquista isso no universo eleitoral, não tem pra mais ninguém.

Vitória

Tem marqueteiro que afirma: “em eleição vale tudo, o que não vale é perder”. Diz isso para vender o peixe, dando a entender que, ao lhe contratar, o candidato estará garantindo a vitória. Dizendo isso, no entanto, presta-se um desserviço à maturação política do País, alem de induzir o cliente ao engano e provável frustração. A verdadeira vitória não está no resultado de uma disputa, mas na maneira como se assimila o resultado. Há derrotas com vitória e verdadeiras vitórias alcançadas com derrota. A presença ou ausência de humildade determinam o benefício ou o prejuízo. Ao perder, o candidato deve enfrentar a situação com dignidade.

domingo, 24 de junho de 2012

Convenção

O evento em que se homologam candidaturas a prefeito, vice e vereador é uma festa que celebra a democracia e consagra o espírito de cidadania de pessoas corajosas, entusiasmadas, cheias de ideais. A convenção é a semeadura. A campanha é o cultivo. A eleição, a colheita. Depois, um novo ciclo pra quem se elege. A posse é o plantio. O mandato, a produção (a obra). A reeleição ou sucessão, uma nova colheita. Muito dessa agricultura depende das sementes, da sua resistência ao tempo e às pragas (a pior delas é a corrupção). Para que dê bons frutos, no entanto, além da boa escolha das sementes, será preciso um zelo constante do agricultor, aquele que manda no sitio, o venerável e poderoso eleitor.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Pela fertilidade 2

Tenho dito, tanto aqui no blog, como em conversas com amigos, que, em vez de criticar, a gente deve entrar na política e provar que é possível fazer melhor. Como reuni algumas críticas em relação à política, em Ourinhos, resolvi indicar meu nome como pré-candidato a prefeito pelo PV. Assim, deixo de criticar e passo a agir, com a minha humilde participação.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A escolha do vice

Muitos dirigentes partidários se esquecem, na hora de indicarem os candidatos, que estão servindo um prato à população. Imaginemos um jantar em que o convidado é o eleitor. Você descobre o seu prato preferido. Digamos que seja pato (sem analogias irônicas). Então, ao decidir servir pato na frigideira, você estará escolhendo, por exemplo, um candidato com bom potencial. Ele empolga o time político, vai fazer todo mundo trabalhar bem humorado e confiante, e transita bem com a população, seja por já ter popularidade ou por ser fácil de apresentar (sem rejeição). Já que o prato principal é de preferência do convidado, o anfitrião então pensa diferente na hora de decidir sobre o acompanhamento, o vice. Escolhe então pelo critério do poder econômico ou do reforço partidário. Ignora completamente o gosto do convidado. Então serve pato com jiló.

Engano desenfreado

A retaliação é muito comum na política. Alguém se sente ofendido, preterido, prejudicado, e logo se vinga com algum desserviço contra o suposto autor. Posso dizer, por experiência, que a maior parte desses desentendimentos foram iniciados por engano. A ofensa não foi intencional; o prejuízo, acidental; mero esquecimento foi tomado por preterimento. Mas depois da desafronta, o caso fica real e, depois de muitas trocas de atos impensados, fica cada vez mais difícil o resgate da razão. Então, se estabelece o caos, o racha e, conseqüentemente, o enfraquecimento de um grupo, de um partido, de uma aliança política, de um líder. Se aquele bom conselho de dar a outra face fosse adotado pelos tais, muita contenda seria contida, muita discussão e inúmeras agressões, evitadas.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Articulação política

Deve ser desprovida de interesses mesquinhos a boa articulação para que obtenha resultados concretos com os interlocutores que decidem e formam os retalhos de uma boa costura. Apenas o interesse pelo bem da coletividade gera o argumento ideal para que todas as partes cedam um pouco e dêem lugar ao sucesso de uma manobra política vencedora. Quem articula com interesses fisiológicos ou antagônicos ao do bem comum encontra natural resistência e, certamente, o insucesso.

Espiritualidade

Tenho dito em oportunidades inusitadas de falar para o público jovem que muita gente da minha geração e de outras logo após a minha cometeu um grande equívoco, a pretexto de desenvolver ou promover marketing pessoal. Investiu demais na aparência e pouco no conteúdo. Mudou a embalagem ao gosto do mercado e não transformou o produto à luz da verdade. Ora, o resultado disso é desastroso.

Na política, digo o mesmo: está na hora de alguns políticos pararem de se concentrar em parecer, para se dedicarem a ser. São falsas as vitórias alcançadas com mentira, e o destino não perdoa. Como diz o texto sagrado, quem ganha o pão com fraude logo sente o gosto de terra na boca. Só é aceitável o poder que tem o propósito de ajudar (promover o bem), nunca o poder de humilhar. Há que ter humildade e, para isso, é imperativo desenvolver a espiritualidade.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

No tabuleiro da política

O jogo de xadrez é um bom exemplo para entender a importância da flexibilidade na estratégia política, principalmente numa campanha eleitoral, devido ao dinamismo intrínseco. Antes de mexer uma peça, você precisa ter um planejamento e calcular as possibilidades de reação do adversário. Uma vez que o adversário faz a jogada, você reavalia toda a estratégia e, caso ele tenha lhe surpreendido, será necessário mudar todo o planejamento. Na campanha eleitoral, como no xadrez, aquele que se apaixona pelo planejamento inicial e não o adapta de acordo com a realidade mutante, terá a derrota como destino.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Popularidade

Uma afirmação do Pr. Ed René Kivitz no Fórum Cristão de Profissionais, sobre a popularidade, chamou minha atenção. Ele diz de gente que vira celebridade sem nunca ter sido útil à sociedade, banalizando a projeção social e criando um conceito falso de sucesso, almejado por muitos jovens, alienando a idéia de desenvolvimento humano. Na política também existem aqueles que buscam freneticamente por popularidade e acabam alcançando a “popularidade indecente”, com recursos fraudulentos, sem consistência ou histórico de serviços prestados. O bom político que aspira exercer liderança com longevidade deve correr dessa bolha frágil, assumindo com responsabilidade o papel de servidor. É preciso ser ponderado, perseverante e evitar sonhos de crescimento meteórico.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Cidadania é música

Engana-se o prefeito que se enxerga líder apenas dos seus assessores, cargos de confiança e, por desdobramento, dos servidores públicos municipais.  Ora, a população o escolheu e lhe deu credenciais para conduzir os rumos do município. Cadê o maestro? Com uma mão, faça os violinos tocarem. Com a outra, estimule o sopro. E, com graça e coragem, toda a orquestra se faça harmônica: instrumento por instrumento, nota por nota, numa sinergia dançante. Assim, muitos comerciantes poderiam reformar suas fachadas, moradores varrer suas ruas, todos cuidando de todas as crianças como se fossem seus próprios filhos, a segurança pública defendida boca-a-boca, bairro por bairro... Todos cuidando da cidade, movidos por movimentos generosos do líder, aquele que estimula o espírito de cidadania (uma paixão adormecida).

Você acha utopia? Por isso que nunca fez.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A cara da campanha

A elaboração do logotipo em campanha eleitoral majoritária é um árduo trabalho que exige dos profissionais muito mais que inspiração. O processo criativo não pode ter censura, pois que a mesma costuma inibir a criatividade. Depois da criação, contudo, há que lapidar a pedra até que vire um diamante puro. O desenho, as cores, o símbolo (se houver) tudo comunica com o emocional do eleitor e não pode encontrar resistência, o que é difícil porque o público alvo é amplo e de lentes variadas de observação (culturas diferentes). Ser simples, evitando qualquer elemento que dificulte a leitura do nome ou do número, é cautela obrigatória.

Aquela frasezinha...

O conceito de uma campanha, resumido no slogan do candidato, deve inspirar as expectativas sobre a candidatura: a que veio, com que motivação, seus objetivos e métodos. Pode enfatizar a causa principal do candidato, como também ser uma síntese de todas as bandeiras. É preciso saber, no entanto, que o slogan é peça fundamental da marca e tem a elevada função de posicionar o candidato perante os adversários e a realidade do cenário, ou seja, as necessidades e expectativas do eleitor. Conciso, verdadeiro, cirúrgico, emocionante, o bom slogan empolga, convence o eleitor e fortalece a candidatura, se a criação, não obstante aos recursos artísticos, obedecer a estratégia de marketing.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Respeito ao eleitor

Quando o candidato é do ramo, digo, político com experiência e sensibilidade, nada vai estranhar do bom diagnóstico e da estratégia proposta pelo marketing. Caso ele estranhe e não fique satisfeito com a proposta, melhor pedir mais estudos ou trocar de profissional. Porque o bom senso é o norte na política. Não pode ser ferido, nem em nome da criatividade, nem da arte nem de nada. O bom senso é superior à originalidade. Na política não cabem viagens de criativos, nem experiências mirabolantes. O eleitor precisa ser respeitado. E candidato não é cosmético.

sábado, 2 de junho de 2012

Coisa de índio...

Para fazer um bom diagnóstico e elaborar a estratégia de marketing de uma campanha eleitoral, é necessário mais que uma boa leitura nas pesquisas. É preciso ouvir o barulho da floresta.

E pescador...

Tem gente que despreza palpiteiro. Eu não. Ouço o quanto der... Cada opinião esconde uma pérola, mesmo aquelas que chegam quadradas e, principalmente as que parecem ostras.

Pela fertilidade

Apesar da injustiça, porque existem idealistas, apaixonados e sinceros, os políticos estão todos num só balaio que enfrenta grave crise de credibilidade. Não obstante aos motivos reais da indignação geral, compreendendo inclusive a generalização como forma de pressão para que alguém faça alguma coisa, acho improdutiva a indignação como geradora de critica estéril. Você aponta o erro e não mostra que pode fazer melhor? Ora, vá e prove que é possível. Seja um político bom.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ojeriza tática

A generalização sobre os políticos, a crítica fácil e o ódio alimentado contra essa importante atividade humana não são facetas da ignorância. Fazem parte da estratégia de sobrevivência da omissão.

Liderança e confiança

Há um equívoco na política: achar que o marketing faz pesquisas qualitativas para orientar o candidato a falar o que o povo quer ouvir. Marketing político que se preza não cerceia a prerrogativa do líder que deve ser servidor, mas não subserviente. Dizer o que o povo precisa ouvir, e não o que quer.


Os atalhos na convivência humana são abomináveis, um flagrante da preguiça. Agradar para conquistar é um deles. Ser sincero parece ser um caminho longo demais, nesta era do "compre com um clique". As pessoas se esquecem, no entanto, que só se alcança a admiração, a amizade, o amor de alguém, de verdade, quando se conquista inteiramente a sua confiança.