segunda-feira, 29 de abril de 2013

Serenidade

O estado de espírito ideal para viver é a serenidade. Nem alegre nem triste, que Deus me faça sereno. Com certa alegria sustentando minha paz, não muito demais porque afeta. Nem triste em demasia porque, abaixo do estado de melancolia que é nobre, a tristeza passa a esmagar os ossos. Outros picos no gráfico do estado emocional, como medo, raiva, rancor, etc, são igualmente maléficos à atuação de liderança. Vi muitos líderes políticos e empresariais errarem nos dias de euforia. Vi-os decidirem mal, e muito mal, dominados pela ira e também percebi deixarem de agir e de decidir, quando em profunda tristeza, beirando a depressão. Com serenidade, no entanto, a impressão que dá é que ninguém erra. Caso erre, enxerga. O problema é que um líder é torpedeado constantemente por elogios exagerados, dos que inflam o ego. E aí é que mora o perigo. A situação quase inevitável requer um antídoto a essa droga, necessita que tenha amigos leais que o tragam ao chão. Os francos e corajosos que tiram os saltos altos do chefe e isso é raro. Mas há um amigo que indico e que plenamente confio, pronto e alerta para disciplinar a todos, quando isso estiver acontecendo. Estava na estrada esses dias com um amigo e conversávamos sobre as perspectivas a curto prazo. Viajamos paralelo àquela viagem, conversando sobre planos. Não exatamente sonhos, mas objetos de consumo... Quando eu estava flutuando, agarrado a um balão enorme chamado futilidade. Vi um homem sentado na beira da estrada, visivelmente desolado. Aquilo me causou um impacto profundo. Meu amigo dirigia e nem tive a reação de pedir para parar o carro e ser solidário ao homem. Fui tomado por uma tristeza que me emudeceu. E nem sei se era só solidariedade à situação visível daquele homem. Acho que minha maior dor foi dar conta do contraste da minha alegria com aquela cena. Senti vergonha das coisas que dizia, sinceramente. O amigo que indico é o mesmo que providenciou a cena que me alertou e me corrigiu instantaneamente. Este não nos deixa errar por muito tempo. Mostra. Dá sinais. Basta observar e se deixar disciplinar pelo divino Mestre Jesus Cristo.

domingo, 21 de abril de 2013

Comunhão

A convivência humana é a preciosidade da vida. Sem comunhão, a vida não tem gosto. O bom relacionamento, contudo, requer alguns cuidados. Vivemos numa sociedade opressiva, em que os mais fortes (com maior poder aquisitivo ou poder político) mandam nos mais fracos. Em função disso, a concorrência é grande para ver quem é o mais forte, quem manda... O fato é que esse tipo de relação turva a comunhão, as pessoas perdem o amor e se perdem numa solidão irônica, ou seja, rodeado de gente, mas sem ninguém. Isso não começou agora e parecemos acostumados, e conformados com a tristeza. É um paradigma falido porque não gera bons frutos, apenas sofrimento, dor, doenças, brigas. É preciso mudar o prisma de visão, encarar com coragem a realidade a ser mudada. Não podemos ser submissos a esse mundo que nos deixa infelizes. Antes devemos buscar o perdão e o amor de Deus, e reaprender a amar. Amor é ausência de poder. Como doces bárbaros, devemos nos rebelar pacificamente com o que o mundo nos impõe. Sugiro uma leitura atenciosa de 1Coríntios 13, onde podemos aprender a amar com o texto iluminado de São Paulo, que é Palavra do Senhor. Muitos são os inimigos do amor, mas devemos ser firmes no propósito. Porque só o amor supera todos os problemas, todas as aflições, e nos eleva a uma convivência sincera com Deus. Contrariando Maquiavel, a verdadeira liderança só se alcança com humildade, serviço e relações banhadas de sinceridade e lealdade. Liderar não é mandar fazer. É fazer primeiro e oferecer exemplo.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Evangelho

A verdade, sempre a verdade, é o pavimento para o bom andamento da vida. Reconhecer os próprios erros é a chave para a correção dos rumos. Qualquer mentira, por menor que seja, semeia ervas daninhas, urtigas e espinhos no seu jardim. Com o passar do tempo, não haverá mais flores. Nem cores. E você, com os olhos vendados pelo mal, não perceberá a perda da dignidade, nem atentará para o monstro em que se transformou. Ao enganar o próximo, você aumenta seu fardo e diminui a visão. Assim aconteceu com o filho pródigo na parábola contada por Jesus. O filho, que era rico e vivia bem na casa do pai, pediu que antecipasse sua herança e foi embora de casa. Gastou todo o dinheiro com mulheres, bebidas e jogos (prazeres efêmeros) e acabou trabalhando num chiqueiro de porcos, onde passou a disputar a lavagem dada aos animais. Ele já não percebia que aquilo era indigno. Só se deu conta da sua real situação, quando foi proibido de comer a lavagem. Veja que a cegueira é o maior problema de quem trilha pelo caminho do mal. Quando a fome apertou, proibido de comer a comida dos porcos, foi que lembrou que na casa de seu pai tudo era muito melhor, até para os empregados. Voltando, foi recebido com honras, vestes novas e festa. Essa é a grande notícia de Jesus: você pode se arrepender a qualquer momento, e será recebido de braços abertos. Essa é a essência do Evangelho.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Palavra

A palavra na política é quase tudo. O discurso de um líder mobiliza multidões, promove desenvolvimento ou atrasos, constrói ou destrói pelo mesmo fundamento. É necessário portanto ressaltar a “prudência” como uma das mais importantes palavras. Não há ferramenta humana mais poderosa, tanto para dentro quanto para fora. A palavra é transformadora, estimulante ou inibidora. Acerta o alvo quando é precisa. Quando desvairada, é bala perdida. Verbalize um sonho e já começou a vivê-lo. Queixe-se das dificuldades e já começou a morrê-lo. A palavra verdadeira confessada cura a alma. A precipitada ou sem piedade a fere. A palavra não reflete necessariamente a intenção, do mesmo modo que o gesto ou o trabalho. Porque intenção é íntima do sentimento, mas da origem ao fim, da idéia à fala ou ao ato, há tormento, influências diversas... Por isso o silêncio é valioso, dependendo do tesouro envolvido. O sentimento, quando é forte, exala, perfuma a sala. A palavra nem sempre conduz o seu aroma. Sabe-se que comunicação não é o que se quer dizer, mas o que o interlocutor entende. O silêncio, por isso, é mais eficiente. Porque o entendimento não pode sofrer incisão e a palavra, por mais leve, pesa. Uma mulher sensível, por exemplo, pode suspirar com poemas de Pessoa, mas se a pessoa, no caso o autor, for o seu admirador, cada palavra pesa mais que o seu valor na poética ou no dicionário. E normalmente um admirador é excessivo. “Simplicidade”, portanto, é a palavra mais sábia, dependente direta do substantivo abstrato “humildade”. Só não é mais poderosa que a palavra “perdão”. Essa sim, é mágica, divina. Pavimenta vidas e amores. É um verdadeiro jardim cheio de flores. Ao conjugar esse verbo, tanto como sujeito ativo ou passivo, saiba disso... Perdoar é semear em parceria com Deus. E não há nada mais frutífero e gratificante.