sábado, 29 de dezembro de 2012

Paro Ano...

Há uns 20 anos, esbocei um cartão de ano novo da agência de propaganda, dirigida para os clientes, em que dizia mais ou menos assim: “Para o Ano Novo não lhe desejamos paz, como a maioria o faz, mas o que lhe desejamos é inquietação. Não queremos que se acomode, mas que tenha ambição. Para que busque o sucesso e encontre na nossa equipe de profissionais as melhores ferramentas para alcançá-lo”. Acho que um anjo me impediu de concluir essa idéia e de prestar um desserviços aos queridos clientes de então. Mandei um outro com mensagem menos egoísta e livre de tantos enganos. A ousadia não é genial. Sem responsabilidade, a ousadia passa a ser nociva, no mínimo inconveniente. Sem paz, nada tem gosto. O querer mais e mais é a própria infelicidade. A inquietação, ou desassossego, não é saudável, mas a responsável pelas doenças de toda espécie e pela morte precoce de muitos. É sintoma da arrogância humana, do homem que não enxerga suas próprias limitações e não respeita o imponderável. Com esses argumentos, desejo Paz a você e a sua família. Desejo que em 2013, paro ano (como se diz na Bahia), que você tenha um relacionamento íntimo com o Criador e conheça a Sua glória, a verdadeira felicidade que se encontra no Amor imensurável desse generoso e extraordinário Deus. E cito Kivitz: “Quem tem um Deus extraordinário não pode ter uma vida ordinária”. Ame a Deus mais que tudo.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Território

Toda vez que um candidato ou governante, ao me consultar, apresentava algum receio do adversário, eu procurava tranqüilizá-lo dizendo que há uma estratégia infalível. Costumava usar uma ilustração que aprendi com o jornalista Antônio Melo: “não tenho medo de tubarão. Enfrento qualquer tubarão, desde que ele venha brigar comigo no meu território, na areia da praia. No território dele, nas águas do mar, é que eu não vou brigar com ele”. E assim eu convencia o cliente a mudar seu comportamento diante das críticas do adversário. E o ajudava a definir o melhor terreno como campo de batalha (o debate político). Em alguns casos, o governante precisava parar de se defender dos problemas na saúde, o setor que estava em má fase, e passar a falar da importância dos investimentos na educação, onde tinha mais obras, argumentando inclusive o benefício futuro para outros setores, como a saúde por exemplo. Com essa mesma estratégia, vejo a luta do bem contra o mal. Não é possível combater o mal nas trevas, ou seja, no território dele. É preciso atrair o oponente para a claridade, para a luz da verdade. A claridade é ambiente impróprio para a sobrevivência do mal.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Propósito

Antigamente, costumava incentivar a todos a entrar na política, com a idéia de que participar era a melhor estratégia. Estimulava até quem não tinha voto a sair candidato, com o objetivo de tirar o medo de perder, estimulando que alimentasse o sonho. Mudei um pouco o meu modo de pensar. Recentemente, um amigo que tinha recebido um convite para importante cargo político me procurou, disse-me propenso a aceitar por experiência e me perguntou o que eu achava. Ponderei: Somente para obter experiência, digo que não aceite. Porque política é coisa séria, é sacerdócio. Há que ter vocação borbulhando nas veias, há que sentir no coração um grande impulso (reconhecimento de uma ordem de Deus). Política é servidão. É missão, a mais nobre e mais completa das atividades humanas. Não é porque alguns oportunistas ingressam na política para se locupletar, espalhando incredulidade e desânimo social, que a atividade será maculada. A cidadania depende de bons exemplos. O cidadão precisa acreditar nos seus líderes. Por isso, aconselho atualmente... Só entre para a política se estiver disposto a resistir a todas as tentações contra o seu compromisso com o povo. Porque há que ter uma luta heróica para romper com todos os vícios do poder público.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Piedade

Quem não tem piedade não ama. É do amor a compaixão. Um verdadeiro líder não pode ser movido por ambição, ou seja, por interesses racionais, calculistas. Um verdadeiro líder carrega o seu propósito no coração. Há que ter amor ao próximo e um forte desejo de promover o bem comum. Há que aperfeiçoar esse amor no exercício da piedade ou jamais exercerá uma liderança justa e, portanto, seria fadado ao insucesso. Bom lembrar que sucesso em liderança não é um histórico de vitórias eleitorais ou boas recordações do auge. É um forte legado, o resultado do que semeou ao longo da estrada, os frutos espirituais.

sábado, 22 de dezembro de 2012

União

É verdade que a união faz a força. Nenhum grupo político, nenhum povo, nenhuma família ou grupo de amizade consegue se desenvolver ou se fortalecer sem verdadeira aliança, seja afetiva ou racional (por interesses comuns). O conceito, aliás, é quase uma unanimidade. Se você perguntar ao universo de 100 pessoas, 99 dirão que valorizam a união e sabem do seu benefício, contudo, podem confessar, se forem sinceros, que não conseguem isso nem em casa nem no trabalho: trata-se de uma rara conquista. Um dos motivos é o egoísmo, quando o indivíduo coloca seus interesses acima dos demais membros do grupo. Outro é o orgulho, que alimenta a tendência dos indivíduos se ofenderem com a mínima falha ou ofensa dos demais. Esses dois motivos guardam um triste resultado: a ausência do perdão. Para se consagrar toda e qualquer união é necessária a experiência do perdão. A tolerância recíproca, a compreensão mútua... Se um grupo não consegue se unir, é evidente a carência de um líder e aí está a grande oportunidade. Um bom líder pode surgir no caos, semeando a concórdia e conseqüente harmonia e força. Faz grandes demonstrações do poder do perdão e colhe, certamente, o aprendizado emocional (isso não se ensina por métodos cartesianos) e a fidelidade dos seus liderados. Isso é prestar serviço a Deus que exige amor e serviço honesto ao próximo.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Frutos

É do ser humano mudar muitas vezes ao longo da vida. São as transformações evolutivas. A criança morre para nascer o adolescente. O homem maduro nasce quando o imaturo morre. E muitas vezes são as mortes do maduro que não se acomoda. Várias são as camadas de percepção e conseqüente progresso nas atitudes. O tédio do conjugue se dá quando a pessoa não se desenvolve, e dá a impressão de ser a mesma pessoa por 5 ou 10 anos. Do mesmo modo o povo se cansa do líder. O desgaste de um governo reeleito chega a extremos, quando o governante se mostra estagnado nos mesmos conceitos e posturas de liderança. Em três anos, Cristo surpreendeu várias vezes os seus apóstolos e uma das mais brilhantes foi quando lavou os pés de todos eles, dando uma demonstração divina de humildade pedagógica, de serviço aos seus liderados. Contrariando Maquiavel, que disse “melhor ser temido que amado”, o conceito mais moderno de liderança exalta o “líder-servidor”, que ama os seus liderados, tem piedade da multidão e ajuda um a um, durante a convivência, com tolerância e compreensão. Assim é uma liderança que frutifica. Qualquer outro estilo resulta em nada.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Verdade

Há dois dias, um policial parou meu carro e reclamou de eu não estar usando o cinto de segurança. Apressei-me em justificar: “eu estava aqui perto e já vou parar logo ali”... Eu menti. Vinha de uma chácara, passei por rodovia e atravessei a cidade sem o uso do mecanismo apropriado para a minha segurança. O pior é que me incomodou a truculência do policial e nem me dei conta da transgressão contra a minha própria segurança – naquele momento, cheguei a achar que estava com a razão. Apenas hoje enxerguei com clareza o que acontecera, durante meditação sobre a leitura bíblica do dia. A Palavra de Deus não abre concessões quanto à mentira. Nem para ajudar o pobre, nem para apoiar a maioria. A menor delas tem o papel de esconder o mal e, nas trevas, o mal se alastra e contagia outras pessoas (as mais próximas). Está escrito que a confissão é a cura para todos os males porque, ao conduzir à luz o que estava escondido, toma-se consciência, vê-se que não era um bicho de sete cabeças, e o melhor de tudo é contar com o perdão de Deus, que purifica o coração e renova o espírito. Deixa o cidadão com a capacidade de se alegrar e dormir em paz. A mentira é recurso de proteção dos males, por vergonha, medo ou maldade. Em todas as alternativas, a alma sofre e precisa de socorro. No meu caso, percebi que a mentira mencionada tentava manter meu péssimo hábito de andar sem cinto, tentando contra minha vida. A primeira vítima da mentira é a própria pessoa que a usa. Imagine se o político corrupto não pudesse mentir e esconder da sociedade o seu mal... Não o faria, não é? Então, para não ficar tentado a agir com desonestidade, um líder deve se esforçar e se habituar a falar a verdade sempre, custe o que custar. Com isso, não alicerçará sua carreira em areia movediça. Assim, não se enganará nem tapeará os seus liderados. Então, exercerá com honradez a sua nobre missão de conduzir seu povo ao desenvolvimento.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Transformação

No post anterior, de título “Confiança”, comentei um ocorrido e enfatizei a postura proativa sobre uma circunstância delicada. Neste aqui, quero me corrigir, pois, ao lê-lo depois, achei que estava me exaltando com apresentação de uma virtude. E aqui digo que não tenho mérito algum. Eu fui transformado. Se o fato tivesse ocorrido em meados do ano passado, provavelmente eu teria me indignado e levaria o caso à delegacia, não pelo valor dos objetos, mas por orgulho. Teria perdido minha paz e levado muitas pessoas ao constrangimento e sofrimento. Fui transformado e não posso achar que tenho mérito nisso. Um ferro frio, escuro e duro que se torna quente, vermelho e moldável na fornalha de uma siderúrgica pode se vangloriar da metamorfose? Não teria sido, com precisão, o fogo o grande responsável pela mudança? Pois é... Fui transformado pelo poder do nosso Senhor Jesus Cristo que vem me justificando pela Fé há pouco mais de um ano. Imagino pessoas inteligentes que fizeram psicanálise por cerca de quinze anos e devem ter lido 90% dos livros de auto-ajuda editados durante o mesmo período, e ainda não conseguiram perdoar uma simples ofensa. Não está na inteligência humana a capacidade de tanta transformação, mas apenas no poder de Deus que está disponível a todos, gratuitamente. Para ligar o assunto ao tema do blog, devo acrescentar que um verdadeiro líder precisa, antes de tudo, ser um servidor. E não é possível cumprir bem essa missão, sem antes se tornar justo. É necessário, portanto, buscar a única possibilidade no poder de Cristo.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Confiança

Quantas roubadas? Quantos tropeços? Quantas decepções uma pessoa precisa ter para dar por falida toda ilusão da vida? Não precisa ser um político experiente para descobrir que não dá para confiar plenamente nas pessoas, não de olho fechado. Basta ser gente. Até aquele amigo de longas datas pode ter uma data de fraqueza, um dia ruim... E lhe trair. Então, como viver? Desconfiado? Que gosto tem a vida do avarento que esconde os seus proventos com medo de serem tomados? Ah, aí está o centro da questão. Não precisa desconfiar nem temer se você souber que o que pode ser roubado, na verdade, não é seu. Este ano eu fui furtado. Tiraram coisas de casa, aparelho de TV, DVD, home theater e projetor de telão (um cinema em casa que eu gostava muito), entre outras coisas. Um serviço de inexperiente... Fiquei até constrangido de ter percebido quem o fez, e logo tive piedade, antes mesmo de lamentar o ocorrido. Fiz uma oração para que Deus perdoasse o que fizeram, que Ele tratasse como se eu tivesse dado todos aqueles objetos. Até porque me sentia em pendência, por pura inoperância: queria dar as coisas que me sobravam e não sabia como nem a quem. Depois disso, dei todo o restante que havia na casa e, como estou solteiro, passei a morar em hotel. Em suma, é preciso ter consciência de que seu verdadeiro tesouro é o que ninguém pode roubar. E confiar em Deus. Com isso, viverá em paz e sem precisar desconfiar de ninguém, até porque só quem tem um ego grande é que se ofende com traições. Quem não alimenta a própria vaidade e ama o próximo tem compaixão de quem comete um erro grave com quem lhe ama.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Credibilidade

É notório que o maior capital na política é a credibilidade. Engana-se, porém, quem acha que credibilidade é apenas a fama de cumprir promessas. Isso é apenas um dos aspectos da imagem desejada por todos. Cito dois outros aspectos que são tão importantes quanto este: 1) Boa vontade (em que se encontra também a capacidade de perdoar): O político que não vive desconfiado, que em tudo crê e não liga quando é enganado porque não é vaidoso e, no frigir dos ovos, muitos não o enganam e tem certeza de que sempre o saldo é positivo. É indulgente com as limitações humanas e perdoa quem lhe ofende ou quem tenta lhe usurpar. 2) Saber reconhecer o erro: O líder que volta atrás e pede perdão pelos erros que cometera gera um alto grau de confiança porque explicita suas boas intenções. Mostra humildade que é sempre bem-vinda ao dizer “sou humano e erro como todos os meus semelhantes”. E dá o bom exemplo de honestidade, principalmente quando revela o erro antes de ser criticado: “Vocês não viram e até me aplaudiram por isso, mas eu errei. Reconheço e vou corrigir isso". As pessoas se sentem bem ao seguir um líder que perdoa se elas errarem e que reconhece quando erra. Gera sensação de conforto. A credibilidade é um capital político incomparável, mas deve ser completa. As pessoas precisam assimilar que líder não é o que se faz de superior (porque somos todos iguais), mas o melhor servidor, ou seja, o que serve melhor aos seus liderados.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Integridade

O ser humano insiste em enveredar por caminhos que o leva ao sofrimento, e os políticos podem ser os mais vulneráveis pelo rol de oportunidades que surgem o tempo todo na rotina do poder. Imagine o inferno astral de um político que tem sua foto nos jornais com notícias de denúncia sobre corrupção... A primeira coisa que perde é a paz e precisa lutar muito para não perder a esperança, tamanho é o desespero que assola a sua vida, atingindo inclusive a família, o que deve doer mais ainda. O homem precisa saber que o que sustenta a sua paz é a integridade, ou seja, quando o ser está completo. Isso só é possível com investimento na espiritualidade, quando toma consciência através da Fé que nada é secreto perante Deus. E passa a vigiar as suas próprias ações. O apetite da carne tende a crescer e a dominar o ser humano, mediante a busca frenética para saciá-lo, podendo deflagrar um processo de bestialização. No entanto, ao viver em harmonia com a sua consciência, o ser mantém a sua integridade e o espírito, alma e corpo em equilíbrio constante, isto é, em paz.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sustentabilidade

Um governo deve ser honrado e justo para que obtenha sustentabilidade política, pelo menos o suficiente para não ficar refém de grupos políticos ou empresariais de interesses financeiros ou outros esquemas contrários aos interesses públicos. O líder político deve, antes de tudo, ser incorruptível e guardar sua independência para tomar decisões sob a luz da verdade e do real compromisso com a população. Mantendo a comunicação direta e sincera com o público, explicando suas estratégias, realizando sua obra com honestidade, seguindo todas as exigências burocráticas de suas ações, o governante não deve temer pressão alguma. Ser sensível às reivindicações sim, mas jamais tomar decisões sob pressão, contra os princípios da cidadania.

domingo, 18 de novembro de 2012

Intriga

O maior problema enfrentado pelos políticos nas relações de bastidores é a intriga que rompe grandes amizades e prejudica as relações mais sinceras. É comum observar um líder definhar na sua carreira política porque perdera paulatinamente os seus companheiros mais fiéis e foi se cercando apenas de oportunistas. Que alicerce terá esta vitima da intriga? Os oportunistas, ao menor sinal de crise ou nos tempos de ostracismo, abandonam o barco e deixam o líder só. Os assessores que têm verdadeiro apreço pelo chefe são incapazes de prejudicar suas relações pessoais. Não nutrem ciúme nem inveja dos colegas. O problema reside nos corações dos assessores que se deixam vencer pela insegurança: sentem inveja e agem sorrateiramente contra os colegas mais capacitados. O líder não pode, portanto, se deixar influenciar pelas intrigas, observando bem quem é quem ao seu redor. Os colaboradores sinceros são seguros da sua competência, mostram-se equilibrados e não bajulam o chefe. Não costumam falar mal dos outros, nem inflamam o ímpeto do líder quando este se manifesta. A intriga também costuma vir da esposa ou do marido. São inúmeros os casos de cônjuge que aconselha mal o líder, tomado pelo ciúme ou outros problemas emocionais. Feliz do político, cuja esposa pacifica seu ímpeto e pondera sobre todos os fatos confidenciados.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Redes sociais

Há uma discussão corrente sobre a nova mania de compartilhar opiniões, conhecimentos e os momentos da vida, tanto para os seguidores das redes sociais, nem todos amigos, como em publicações abertas ao público. Guardando as proporções, as pessoas comuns estão experimentando a “vida pública”, experiência, anteriormente, vivida apenas por celebridades. Como tudo na vida, o novo comportamento social tem vantagens e desvantagens e, no frigir dos ovos, as pessoas se acomodarão, mediante capacidade de cada um, de aprender a usar a nova ferramenta, de maneira que não prejudique ninguém nem prejudique a si mesmo. Deus é justo e disciplina a todos e, portanto, cada um colherá o que semeia, mesmo virtualmente. O que muda com o compartilhamento da vida nas redes sociais é que cada indivíduo passa a ter uma capacidade maior de projeção – e portanto os erros terão maior gravidade e os acertos, mais frutos. Aos que chamam de exibicionismo, é bom lembrar que se vestir da melhor roupa e ir a uma festa também é exibição, e que nunca foi considerado anormal.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Civismo

Uma carreira política jamais deve ser pautada por um projeto de poder, mas entregue, como um sacerdócio, ao papel de servir à sociedade com gratuidade e constante responsabilidade social. Mais que isso, e é o que mais está faltando no mundo, é preciso ter amor político. Sem amor, o egoísmo impera e a ambição arma os seus ardis. Triste do governante ou do parlamentar que desvia sua real função por ambição egoísta – não atenta para o grande tesouro que é a vida pública e sua gratificante incumbência. Um governo sem mácula seria capaz de obter milagres, salvar o seu povo da miséria, conceder oportunidades de crescimento pessoal. No entanto, o que se vê muitas vezes são escândalos, negligência e consequente sofrimento distribuído a muitos, destinos ceifados, missões malogradas. Há que nascer uma esperança na fauna política brasileira. Porque o Brasil, como nenhum outro país do mundo, tem dado exemplo de conquistas graduadas, de uma verdadeira revolução sem guerra civil. Só falta agora virar o fio.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Vereador

Aos representantes municipais do legislativos, os vereadores eleitos e reeleitos de todos os municípios brasileiros, meus parabéns e um bom conselho: a prática de colocar em cabides de emprego alguns cabos eleitorais pode manter um vínculo fisiológico com setores das liderança de base, mas, no frigir dos ovos, não é benéfico. Embora lhe dê certo prestígio com poucos beneficiários, vai lhe roubar a identidade política e pode comprometer o seu conceito com a maioria dos eleitores. Na hora de votar algum projeto, verá que você não passa de um parlamentar a serviço do governo municipal, com os “assessores” ameaçados de perder o emprego. Outro aspecto nocivo dessa prática é que muitos dos seus indicados podem não exercer com honra a função dos cargos ocupados, mediante a idéia de que são protegidos do vereador. Avanço com o conselho, dizendo que seja sábio. Um bom líder pesa melhor suas ações e corrige os erros ao percebê-los. O que parece fácil e vantajoso pode ser o grande erro na sua carreira política. Não escolha o caminho pelas facilidades, mas pela cidadania.

sábado, 27 de outubro de 2012

Prefeito

Em algumas capitais e grandes cidades do País, amanhã é o dia de votar e eleger o próximo prefeito. No restante dos municípios, o pleito aconteceu em 7 de Outubro. Os eleitos terão, a partir do próximo ano, uma nobre tarefa pela frente e peço perdão por repetir um comentário que já fiz em notas passadas: Prefeito não é só para liderar os servidores e promover obras e outras ações administrativas. Prefeito tem credenciais de líder político do município e deve exercer com grandeza essa missão. Criar uma nova ordem municipal, estimular o espírito de cidadania, promover sinergia e engajamento da população na solução dos problemas municipais, e aí por diante, há tanto pra se fazer... Sugiro aos eleitos que abracem a oportunidade de ajudar pessoas a realizar seus sonhos, criem mecanismos de promoção de crescimento pessoal, em cultura, educação e esportes, entre outras atividades. Cuidado com a mesmice, com a mediocridade, não seja um prefeito ou prefeita comum. Faça o melhor possível, honre seu Deus, sua família e seu povo. E entre para a história como um exemplo de líder. Peço a Deus que abençoe os prefeitos eleitos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Segundo turno

Apesar da herança ou do recall do primeiro turno, o segundo é outra eleição. Os dois candidatos têm espaços iguais no horário eleitoral de rádio e TV. Tudo se faz novo, inclusive a propaganda. Existem aqueles coordenadores que acham que time que está ganhando não se muda... Porque deu certo o posicionamento do primeiro turno, deve-se manter na outra fase? Claro que não. Os dois candidatos devem mudar sua propaganda no primeiro momento do segundo turno. A nova fase não pode pegar ninguém de surpresa. É um grande erro de avaliação esperar a vitória no primeiro, e se frustrar por ter que prorrogar a disputa... Torcedor, tudo bem, é de se esperar, mas profissionais, não. Os profissionais devem planejar os primeiros dias do segundo turno, antes de terminar o primeiro, seja qual for a colocação do candidato nas pesquisas. Porque eleição é como futebol, tudo pode acontecer, até na prorrogação.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Compra de voto

A fiscalização da Justiça é precária e o abuso do poder econômico continua influenciando os processos eleitorais brasileiros, principalmente nos pequenos municípios, apesar de notável evolução dos últimos anos. A contratação de eleitores nos últimos dias, a pretexto de intensificar panfletagem e apresentar volume de gente (adesão popular) em prol de uma ou outra campanha é um meio camuflado de comprar votos. Ao cooptar o cidadão para o serviço de ficar na rua com a camiseta de propaganda no dia da eleição, o agente orienta que ele vote antes (para evitar perder um voto se o cabo-eleitoral for preso pela operação inibidora de boca-de-urna). É claro que não o obriga e não teria como se certificar de que o contratado votou no candidato que o contratou. Mas a cortesia do brasileiro é conhecida. Como uma pessoa simples, honesta, bem intencionada, grata e cheia de boa vontade iria trair seu contratante, ou seja, deixar de votar nele para votar no adversário que nem serviço lhe ofereceu? Está aí configurada a compra do voto. Candidatos que representam grandes grupos econômicos contratam mais gente para boca-de-urna. Se fizerem uma triagem, podem contratar exatamente quem estaria inclinado a votar no adversário. Com isso, além de obter mais votos, ainda extrai do rival. Como a Justiça irá inibir isso nas próximas eleições?

sábado, 20 de outubro de 2012

Produção

Os candidatos não devem aceitar excesso de produção na sua apresentação nos programas eleitorais de televisão. Se ele ou ela não for natural nos programas eleitorais, haverá um contraste na sua aparição pública: entrevistas, debates, comícios e outras oportunidades em que a produção não consegue acompanhar o candidato. O que adianta mostrar-se impecável como um robô e, depois, parecer um robô bem humano, cheio de defeitos (e pior: se achando péssimo por isso)? Os “marqueteiros” precisam parar de querer ser mais importantes que o candidato. Mudar o sujeito é o mesmo que competir com Deus e dizer, depois de muito treinamento e maquiagem, “agora a criatura é minha”. Um Frankenstein... O coitado do candidato pode até ser bom, mas seguindo esses conselhos sobre um tal de modelo ideal... Acaba pior que ruim. Acredito que devamos valorizar todo ser humano como um ser maravilhoso, apesar das falhas. Marqueteiro não pode competir com o Criador.

Debate

O debate político de TV é um evento dos mais importantes numa campanha eleitoral. Mas o candidato deve tomar cuidado porque o seu comportamento estará sendo mais avaliado do que a mensagem. O tom de voz e os gestos terão peso superior aos seus argumentos. É imprescindível, portanto, que o candidato não exija perfeição de si mesmo. Melhor que ele seja autêntico, agindo com naturalidade e desprendimento. Uma cara feia de autocensura diante de um erro é pior do que o erro. Sofro com a constatação de que alguns colegas “marqueteiros” preferem encher os seus candidatos de “jogadas ensaiadas”, só que, como dizia o garrincha, “sem combinar com os adversários”. Com pouca eficiência, esse esforço acaba roubando a espontaneidade do candidato e, portanto, o seu carisma também. Defendo que o melhor preparo para um debate é o exercício de valorizar a sensibilidade e confiar na experiência política que habilita a pessoa na arte da convivência. Descontrair-se na véspera é mais produtivo que um exaustivo treinamento de esperteza.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Inimigo

O maior inimigo de um ser humano é o seu próprio ego. Vitorioso é aquele guerreiro que o enfrenta e o vence em batalha mortal. Abre, enfim, espaço para o espírito de Deus em sua vida, harmoniza-se com as forças do bem, na natureza e no mundo espiritual, e, assim, vive em paz, fortalecido, edificando-se sobre uma rocha. O problema é quando o ego está inflado... Quanto mais acontece, mais cego ou hipnotizado se encontra a vítima de si mesmo. Em campanhas eleitorais, por diversas vezes, deparei com candidatos que foram derrotados pelo próprio ego. Geralmente, acontece com quem inicia o processo como franco-favorito. A pressa de se sentir vitorioso faz com que o candidato assuma uma postura de “governante” antes da hora. É aquela história de que basta dar poder para se conhecer alguém. O candidato mostra a verdadeira face durante a campanha (o que é bom pro eleitor). Já não tem disposição para pedir apoio e passa a ameaçar o cidadão: “você que sabe, eu vou ganhar a eleição e você vai ver...” Ora, iniciou-se o processo de derrota. Por isso, costumo dizer aos candidatos (com potencial para ganhar) que se encontram por baixo nas pesquisas: O cenário está favorecendo a vinda do melhor aliado possível, a humildade sua e do seu time.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Humildade

Se era importante no processo eleitoral, tanto para assumir e corrigir erros em tempo, quanto para ouvir mais que falar e ser sábio e, jamais, espertalhão... A humildade se faz essencial agora, depois dos resultados. Para o vitorioso, a humildade não vai permitir que ele se assoberbe e, assim, impedindo de deflagrar, de cara, um processo de derrota pós-vitória. Para o derrotado, a humildade fará da experiência a maior vitória possível. Depois de muitas eleições vividas, diante de derrotas e vitórias, posso dizer, sem sombra de dúvida, que aprendi bem mais com as derrotas. A vitória é um bem imediato. A derrota é um mal que se transformará num bem ao longo do tempo. Parafraseando Vinícius de Moraes, concluo: mas tudo isso que eu falei não vale nada, se nessa selva obscura e desvairada, não se souber adotar a humildade para receber tudo com muito amor (e gratidão).

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Coragem

Este ano deparei com campanhas em que tive que avaliar criações de outros publicitários e decidir se deveria manter ou mudar. Uma usava como teaser a palavra “Fé”. Na ocasião, uma colega se apressou: “Já sei, você vai logo mandar tirar aqueles adesivos que eles mandaram fazer”. Eu disse: não. Como posso tirar justamente o que me move e move a tantos e é capaz de mover montanhas? Mantive a Fé. Na outra campanha, que peguei já bem adiantada, a maior preocupação da agência que havia criado a propaganda era se eu pretendia mudar o slogan. Novamente, disse: não. Como posso mudar um slogan sobre o qual concordo com o posicionamento e a filosofia contida? Não mudei nada da campanha, até porque a estratégia estava correta, havia sido bem estudada. Ao invés disso, acrescentei, somei com o que faltava: paixão. Por ironia, o slogan era “coragem para mudar”. Não tive coragem... (rs) Neste caso, por sensatez. Registro isto aqui para deixar bem claro que, quando defendo a mudança de um conceito numa campanha, eu o faço com ausência de vaidade e excessivo zelo pela verdade e o sucesso do cliente. Faço o meu trabalho com amor, não com o ego.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Arte no governo

Devo acrescentar que a arte não é só importante no processo eleitoral. A política precisa da arte. A cidadania precisa da arte. O governo, mais ainda para exercer sua liderança em plenitude. Não é possível mover uma comunidade para determinado rumo apenas com informações, a pretexto de conscientizar. O fumante sabe que o cigarro faz mal e nem por isso deixa de fumar. O que move o ser humano é a paixão. Daí a importância dos governantes atentarem para a necessidade de obras de comunicação, que também chamo de espirituais. Porque essas obras não levantam prédios, mas edificam pessoas. Não asfaltam ruas, mas pavimentam a esperança que faz todos viverem em maior harmonia, com mais energia. Melhora o comportamento, aumenta a produtividade da população e a arrecadação por conseqüência. Dá até pra diminuir os impostos, se o governante tiver boa vontade (raridade). Dizer que um povo tem bom coração, por exemplo, lembra-o da sua essência de bondade. Se o cidadão ouvir isso todos os dias e acreditar, muitos assassinatos podem não ocorrer, muitas separações de casais evitadas, a capacidade de perdoar aumenta. Estimula o cidadão para o exercício da cidadania que nada mais é que amar o próximo, defender o bem comum. A cidade se beneficia disso e muito. Esse é o verdadeiro crescimento.

Arte

Não é segredo pra ninguém que a propaganda, desde sempre, lança mão da arte para emocionar o mercado. Do mesmo modo o faz a propaganda eleitoral. Não existe melhor veículo para transmitir a mensagem do candidato que a música de campanha, que todos chamam de jingle. Quando ela é boa, não é só em melodia, seja qual for o ritmo, mas também há de conter uma argumentação poética estrategicamente bem colocada. Quando é assim, tem pra ninguém. Porque a arte provoca paixão e é tudo do que uma candidatura precisa para obter vitória. Comunicar-se bem com o coração do eleitor. Argumentos racionais, informações e o conteúdo do discurso não se comparam com a poesia, a música, o jeito de discursar. Porque os gestos comunicam mais que as frases. O tom de voz penetra mais que o argumento porque transmite o que sente a alma. A percepção da alma é predominante na decisão do voto e isso se chama paixão. A gente nota claramente quando nenhum dos candidatos desperta paixão no eleitor: há um vazio emocional no processo, uma falta de pegada. Quando é assim, tudo pode acontecer.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Reciclados

Com todo o respeito ao setor de manufaturados, cuja produção em série é necessária tanto pela rapidez como pela redução de custos, comunicação e marketing político não podem ser feitos em linha de montagem nem com criações reaproveitadas. Em campanha eleitoral, nenhuma situação é inteiramente semelhante a outra. É próprio da política o dinamismo em que o imponderável está sempre presente. Quem quiser participar dessa nobre atividade deve ter humildade para manter a sensibilidade em alta a cada minuto porque tudo pode acontecer e a campanha precisa se adaptar a cada movimento do cenário. O risco de usar idéias prontas é a letal armadilha: pode dar certo em um momento e isso anestesiar os “criadores”, encorajando-os a continuar copiando a fórmula que deu certo em outra campanha. Com essa atitude preguiçosa, a campanha pode ter uma surpresa logo à frente. Além de um bom estudo do cenário, do candidato e dos adversários, a elaboração de estratégia e idéias criativas de uma campanha exige inspiração, essencial ingrediente que fica totalmente descartado no uso de idéias prontas.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Prioridade

É incrível como as pessoas, em tudo que fazem, tendem a se perder na ordem de valores, no foco, na ação correspondente a cada tempo. É preciso vigiar muito para não cair em armadilhas do emocional. Em campanhas eleitorais, o pior acontece. Em vez dos candidatos disputarem qual é a melhor proposta, passam a medir quem teve mais público nos comícios, quem está na frente nas pesquisas... Ou seja, simulam uma colheita antecipada, especulando sinais sobre o resultado, em vez de aproveitarem o tempo de semear para espalhar sementes. Enchem os veículos de comunicação do que não merecia nem boletim interno. Fazem isso como se o que importa é quem vai ganhar. É lamentável o nível do debate. Atem-se a fotografias (idênticas uma das outras, tanto de um candidato como de outro)... E agem como meninos de 12 anos que tiram as calças para disputarem quem tem o pênis maior.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Máscaras

Sempre defendi e continuo insistindo que é uma grande perda de tempo investir na aparência, em detrimento da espontaneidade. Quando a pessoa ingressa na política, a primeira coisa que pensa é que deve parecer algo, e fica procurando um modelo a travestir. O resultado é desastroso. Quando sucessivos atos falhos não revelam a verdade, a ausência de autenticidade tira o brilho do “ator”. Uma vez, tentaram me contestar nessa teoria com um equívoco: “Duda Mendonça investiu na aparência do Lula e ele ganhou sua primeira eleição a presidente, depois de várias tentativas frustradas”. Não é verdade. Duda Mendonça tirou a máscara de Lula, que espontaneamente sempre fora simpático e amável no contato pessoal e, quando ia para a televisão, falava grosso e briguento, como se fosse um tirano. Quanto ao terno bem cortado que ele passou a usar, foi um investimento na coerência – um traje condizente à candidatura de presidente. Elegância não é máscara, trata-se de evolução.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Flexibilidade

Um repórter de Ribeirão Preto me ligou hoje para saber o que eu achava do deputado Duarte Nogueira, candidato a prefeito de oposição, levar à cidade expoentes do PSDB, como, por exemplo, Aécio Neves. Disse a ele que é possível que o neto de Tancredo transfira algum prestígio ao candidato, mas creio que a queda do Nogueira para segundo lugar nas pesquisas esteja enraizada na estratégia inicial de campanha. É natural que alguém que inicie uma campanha em primeiro lugar, não observando a tendência estatística de queda, adote a cautela como guia principal, ou seja, jogue na retranca. Uma vez que foi surpreendido pelo adversário e se vê em desvantagem, no entanto, deve mudar radicalmente a estratégia. Tenho repetido, estratégia não pode ser engessada. Deve ser dinâmica como a própria política.

Banho de cidadania

Não basta conscientização às campanhas de educação ambiental e de incentivo ao exercício da cidadania, é preciso despertar paixão. Que se crie uma onda motivadora, capaz de mobilizar a sociedade em torno da nobre causa. Uma campanha de conscientização, com esse objetivo somente, representa uma gota no oceano de informações disponíveis, ou seja, não cheira, não movimenta, não contagia. Uma boa campanha precisa tocar os corações e preparar um tsunami social para um verdadeiro banho de cidadania.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Alma-a-alma

Sugiro essa proposta aos candidatos, que deixem de fazer o tradicional corpo-a-corpo, em que se encontram pessoalmente com os eleitores, e transformem esse momento em algo mais profundo e autêntico. Para isso, é essencial tirar as máscaras, despir-se dos interesses, do egoísmo, e passar a se interessar realmente pelos problemas do cidadão. Ouvir o coração, enxergar a alma, considerar esse momento o mais importante do processo eleitoral. Conduzir o ato de maneira a substanciar suas propostas, suas futuras ações políticas e administrativas, mediante subsídios ganhos nesse encontro. Para realizar isso, o candidato precisa reconhecer o seu o amor político e a força do seu espírito de cidadania.

sábado, 1 de setembro de 2012

Amigo sincero

Fui contratado, certa vez, para dar consultoria a uma chapa candidata à presidência da OAB de um estado do Centro-Oeste brasileiro. A campanha já estava em andamento quando cheguei à cidade e me reuni com os coordenadores e publicitários da campanha. Levei em mãos uma pesquisa realizada pela APPM, um dos melhores institutos do Brasil, e fiz um diagnóstico, apontando as dificuldades e o quanto deveríamos ousar para obter chances de vitória. Ouvi do publicitário: “nossa pesquisa está melhor que a sua”. Ora, ele se referia à diferença do candidato para o que estava em primeiro lugar na preferência dos profissionais, bem menor que na pesquisa que eu apresentava. Então, argumentei: “mesmo que esta pesquisa não tivesse sido feita por um instituto de credibilidade, eu aconselho os senhores a considerá-la porque apresenta o resultado mais pessimista. Que mal ela faria, se só propõe que trabalhemos mais”? Eles se entreolharam e eu arrematei: “Rejeitar esta pesquisa é o mesmo que virar as costas ao amigo sincero e preferir ouvir o bajulador”. Fiquei tão entusiasmado com os argumentos que sai da reunião com a certeza de que minha estratégia seria aprovada. No outro dia, recebi o telefonema com a notícia: “recusamos a sua estratégia, preferimos continuar como estamos”. Fui embora da cidade e vi de longe a chapa ser derrotada. Fiquei triste porque não pude ser útil.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cadê o programa?

Em alguns grandes municípios do estado de São Paulo, em que o carro-chefe das campanhas eleitorais é a televisão, o programa eleitoral de rádio fica muito prejudicado, quando não esquecido. Contou-me um amigo que, certa vez, quando candidato a prefeito de Santos(SP), descia a Imigrantes, voltando da Capital, e ligou o rádio para ouvir sua estréia no horário eleitoral. Teve uma surpresa quando deu a hora do programa e havia um silêncio, depois um aviso de que a coligação não tinha entregue o material a ser transmitido. Em dois telefonemas, descobriu o que acontecera: a agência de propaganda contratada não tinha se lembrado de fazer o programa de rádio, já que depositara todos os esforços para a produção do programa de TV. Tem agência que não se esquece de fazer o programa, mas faz de qualquer jeito, sem o devido zelo. Acontece que existe um público que se informa sobre os candidatos pelo rádio. Conquista essa fatia quem não negligencia esse veículo rápido, tradicional e eficiente.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Educação

Atacar o adversário em campanhas eleitorais é imprudência, verdadeira insensatez, e aponta tendência ao fanatismo. É tentador aos mais fervorosos, bater no candidato do outro lado, geralmente naqueles que estão na frente. Mas não se trata de uma estratégia bem pensada porque basta analisar dados de pesquisas qualitativas que a coordenação da campanha veria que é um ato improdutivo e até prejudicial a quem ataca. Para o processo eleitoral, o resultado é desastroso. Quem ataca presta um desserviço à democracia, confunde os eleitores e demonstra uma agressividade imprópria ao espírito de cidadania. Que coligação é essa que estimula desunião e age com desrespeito ao público? Que partido é aquele que parte o coração de quem não suporta troca de agressões? Que candidato é o senhor ou a senhora que permite seus assessores difamarem seus adversários? É possível um político defender propostas para a Educação, demonstrando não tê-la?

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Vexame

É impossível um político evitar uma gafe ou outra, durante o processo eleitoral. Principalmente, os mais vaidosos. Freud aponta o “ato falho” como uma revelação involuntária de sentimentos ou conceitos que a pessoa tenta esconder. A falha de um candidato pode gerar enorme suspeita entre os eleitores e isso provocar sua derrota na eleição. Graves assim ou banais como a maioria, os momentos desconcertantes são excelentes oportunidades de auto-conhecimento, análise sobre si mesmo e correção de conceitos, de postura e de rumo. O melhor das conseqüências é a humilhação derrotar o ego, o que faz muito bem pra qualquer pessoa, principalmente para um candidato. Ulysses Guimarães disse: “o maior inimigo de um político é a sua vaidade”.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Correção

Um amigo que também trabalha com marketing político me contou um dia que, sendo um dos coordenadores de uma campanha de grande expressão, analisou pesquisas qualitativas, as vantagens e desvantagens do candidato dele e dos adversários... E tomou uma decisão quanto à estratégia a ser adotada num importante debate entre eles, na televisão. Passou a idéia para o seu cliente que acatou, confiando na sensibilidade e experiência do seu marqueteiro. Este amigo foi pra casa depois dessa exaustiva reunião na véspera do debate. E lá pelas tantas, deitado, relaxado, quase dormindo... Teve um sobressalto. De repente, sentiu que a estratégia estava errada. Pelo avançado da hora, no entanto, julgou que não tinha sentido acordar o político nem os demais do staff por “suposição”. Deveria apostar na estratégia inicial, pensou.
Dessa história, ganhei uma valiosa lição e, desde então, sou campeão de voltar atrás. O erro humano é muito comum. Uma mera palavra num texto, uma frase que pode ser mal interpretada... Se você pode corrigir o erro, que orgulho lhe impede de fazê-lo? O candidato em questão perdeu a eleição por causa da estratégia usada nesse debate. Um equívoco evidenciado pelas pesquisas posteriores.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Antevidência

Para o bom entendimento da realidade, o candidato não pode ver pesquisas como se vê uma foto ou mesmo uma radiografia. Há que se aprofundar no exame. Com ajuda de profissionais especializados, deve lançar mão da estatística e obter cálculo avançado, que desvenda o verdadeiro cenário, incluindo a tendência. Assim, é possível se posicionar melhor e trabalhar com olhos nas variáveis, muitos lances à frente. Não é à-toa que o Xadrez é a melhor analogia para a disputa eleitoral. Parece alienado o jogador de Xadrez que mexe as pedras por resultados imediatos ou pensando apenas numa jogada a fazer. Se não tiver concentração e raciocínio para enxergar as possibilidades de futuro, jamais iniciará uma jornada ao cheque-mate com passos disciplinados e produtivos. Sem prevenção, dão-se os primeiros passos para uma longa caminhada, sem saber a direção.

sábado, 18 de agosto de 2012

Prudência

Ao contrário de quem se encontra em desvantagem e precisa ousar, quem está em situação confortável deve se acautelar. Estar na frente, tanto em intenção de votos como em potencial, é de muita responsabilidade. Para o sucesso (mera manutenção do quadro) desse candidato é melhor não errar do que acertar. Então, o risco se faz desnecessário e até insensato, enquanto que a prevenção, mister. Até por ter mais tempo que o adversário para pensar, tudo precisa ser bem planejado, cada peça publicitária devidamente discutida, todo texto, antes de publicado, avaliado com bem-vinda crítica. Nessa campanha não há que ter pressa para agir, então não tem motivos para o improviso. Muito menos para jogar dinheiro fora com investimentos desnecessários.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ousadia

Quando o processo eleitoral parece desfavorável, a situação nublada... O adversário gozando de confortável vantagem, com mais recursos e saúde eleitoral... O que nunca se deve fazer é jogar a toalha. Nem esmorecer... É preciso ousar, desafiar a realidade, a matemática, os estatísticos, a mesmice. O candidato deve lembrar que ele é o líder nato, capacitado para indicar o melhor caminho. Precisa decidir o que fazer e não deve deixar para lamentar nada ter feito, depois do pleito. Há que recorrer ao instinto de comandante, sua inteligência política, a natural capacidade de discernir sobre os lances à frente, como um bom jogador de Xadrez. E agir com a nobre missão de interferir com sensibilidade na mudança de rumos do município pelo bem da população. O bom caminho para a ousadia é vencer o orgulho, o medo, o egoísmo, tudo que nos prende à mediocridade. Os gregos construíram um grande cavalo de madeira e o deram de presente. Ganhou a guerra de Tróia. O candidato precisa pensar desamarrado, com as asas abertas e muito desprendimento. Mas nada disso é possível, eu creio, sem se ajoelhar num quarto fechado e pedir a Deus uma boa idéia.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Tiro no pé

Camarada que faz parte da equipe do candidato e que aproveita a “oportunidade” de campanha para garantir seu espaço no “futuro governo” já não está de bem com a ética, muito menos com a política. Presta um desserviço ao candidato e ao processo eleitoral. Agora, se o esperto, para garantir esse espaço, resolve tratar mal os colaboradores para demonstrar “autoridade”... Aí é o tal do atirador de elite. No pé. Porque uma campanha vitoriosa não se faz com essa pseudo autoridade, mas com muita união de todos. Há que tratar a todos com carinho e espírito de colaboração mútua. O líder é o servo dos demais. O pior de tudo, no entanto, é que os candidatos e mesmo os coordenadores (quando não são os tiranos) não conseguem enxergar esses atos porque geralmente o “chefe” oportunista é também hipócrita. Trata mal os pequeninos, mas bajula os grandes... Como diz um amigo, pensa que Deus não vê, logo Ele que sonda corações e conhece a alma de cada um.

Desejo de vitória?

Quem coloca o desejo de vitória numa eleição acima do respeito ao eleitor já não merece a satisfação dessa vontade egoísta e totalmente inadequada ao serviço público. Para que quer a eleição o candidato que não ama o seu povo? Para sua própria satisfação? Para a inflação (do bolso e do ego)? Para crescer, enquanto reduz o cidadão? A vitória, caro candidato, depende de como você vai se apresentar ao eleitor que, aqui no Brasil, tem amadurecido e percebido na expressão facial, no tom de voz, nas entrelinhas do discurso, a quantas anda sua abnegação, indispensável a quem se entrega ao sacerdócio de servir ao público.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Na luz

Ao longo da carreira profissional, em algumas cidades, cheguei a conversar com mais de um candidato, até definir com qual iria trabalhar. Tive a oportunidade de certa vez conversar com um que demonstrou raiva do adversário, já dizendo que queria uma campanha combativa, que a ordem era bater. Quando fui conversar com o candidato do outro lado, tive uma surpresa: Ele demonstrou piedade do rival, alem de mencionar planos bem mais avançados que o referido processo eleitoral. Não tive dúvida de que lado estaria... Ódio, desejo de vingança, qualquer um pode ter. Piedade é só para os fortes, os corajosos. E também achei coerente o fato de pensar grande, não enxergar apenas aquela eleição.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Amor e coragem

Exercer cidadania é amar o próximo, ser gentil, querer o bem. Cidadania é não prejudicar o vizinho, não trair o colega, não ignorar o amigo nem falar mal do irmão. Ao contrário de matar o semelhante, apontar diferenças, cobrar atitude dos outros, cidadania é promover a vida, enxergar a essência, compreender e tolerar limitações. Cidadania é proteger os filhos dos outros como se fossem seus. Ajudar idosos, repartir o pão, oferecer socorro. Cidadania é o caminho para o verdadeiro desenvolvimento da cidade e, por conseguinte, da nação. Cidadania é atitude de amor e coragem, o bem agir do coração.

sábado, 28 de julho de 2012

Poder ajudar

Só tem um sentido para conquistar o poder: ajudar. Um pouco mais de discernimento, coragem, audácia e amor ao próximo que lhe motive a servir a uma comunidade é o que lhe transforma em líder. Saber que isso lhe foi dado para que possa ajudar as pessoas já lhe faz um líder sábio. Realizar essa tarefa sem reclamar das perseguições, das injustiças próprias do mundo, com perseverança e fé – isso o transforma num líder sábio, vitorioso e amável. Agora, chegar ao ponto, por tanto amor, de morrer para salvar pessoas... Isso já seria a glória de Deus no filho: o verdadeiro poder.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

O erro...

Por mais prudência que se tenha, não dá pra evitar o erro, uma gafe, um desastre, seja numa curta fala, um gesto, um discurso, um telefonema, um emeio, uma publicação, uma entrevista na TV... Diante disso, o que fazer? Primeiro, reconheça e não culpe ninguém por isso. Quem errou foi você. Depois, ache graça porque todo erro tem uma dose de humor, principalmente os que cometemos por não ter controlado a vaidade, o exibicionismo próprio da humanidade. Por último, aprenda realmente com o erro, faça dos limões limonada e carregue a experiência consigo. O perdão de quem se ofendeu? Você pode pedir, mas não pode cobrar. Portanto, queira, mas não dependa dele pra continuar vivendo. O julgamento popular, já que é candidato e vai depender da aprovação para se eleger? É possível que seja favorável, se você reconheceu o erro com sinceridade, mas não dá pra prever. Seria contar com o imponderável que só pertence a Deus. Mas creia, a melhor maneira de lidar com o erro não é tentar escondê-lo.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Obra espiritual

Concentrados num modelo ordinário de administração, os governantes se esquecem de exercer uma liderança maior sobre seu povo, na cidade, estado ou nação que governam. A pasta da Comunicação é uma das mais importantes e, no entanto, é comumente reduzida ao mero serviço de assessoria, como se servisse apenas para divulgar as demais realizações. Ora, então não seria o discurso uma obra? Deus criou o mundo com a Palavra: “Haja luz”. E quando enviou o seu filho para a redenção da humanidade, Ele era o verbo. “Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós” (João 1:14). A obra de Cristo, que é o maior exemplo de liderança, é a Palavra que faz enxergar, liberta e dá Vida: Pão para o espírito. E os governantes insistem em concentrar investimentos em obras físicas, quando poderiam promover o bem, evitar a propagação do mal, unir mais a população e alcançar outros feitos com obras de comunicação, cujos frutos seriam gerados por toda a eternidade.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Pesquisas...

Repito aos candidatos: não valorizem publicamente qualquer pesquisa. Não se envaideçam das que lhe apresentam na frente dos adversários, nem reclamem das que lhe mostram com desvantagem. Valorizar pesquisa é desvalorizar a própria candidatura. O que importa ao eleitor? Quem está na frente ou quem tem as melhores propostas? Então, trate as pesquisas divulgadas pela mídia pelo valor que elas têm, de mero medidor de resultado perecível, um instantâneo da opinião pública. Os dados que realmente importam ao marketing, aqueles que apontam tendências e indicam caminhos a serem tomados, nem são divulgados, não interessam aos jornais que só querem informar quem está na frente e atrás. Mas o que ganha eleição é o posicionamento político do candidato, as propostas do partido ou coligação, a sensibilidade com que você percebe os problemas e reais necessidades da população. Candidato que fala de pesquisa quando está em primeiro tem que engolir a valorização que fez quando estiver por baixo. Tão certa quanto a chegada da noite no final do dia, é a humilhação de quem se vangloria.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Identidade

Certa vez, um amigo se candidatou a deputado e me pediu um logotipo em nível de colaboração, o que eu não poderia negar. Por conhecê-lo e saber mais ou menos a sua plataforma política, arrisquei três criações e o enviei para que ele escolhesse o que o agradava mais. Ele gostou de todos os layouts e, então, mandou produzir os adesivos diferentes, em quantidades iguais. Diluiu seu investimento publicitário, não prezou pela identidade, gastou contra a própria campanha. Senti-me culpado. Depois disso, nunca mais deixei para o cliente a escolha e passei a mostrar um só layout, sempre o que considerar mais adequado, mediante as suas necessidades e público-alvo. Identidade visual é primordial numa campanha e o olho clínico não decide pelo próprio gosto, mas por indispensável empatia.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Reagir bem

Hoje, no Twitter, o notório psicólogo Flávio Gikovate escreveu o seguinte post: “Perceber mais claramente as injustiças sociais e o grau de maldade de que os humanos são capazes não é nada fácil e costuma gerar tristeza”. Dois posts depois, ele conclui: “Penso que o grande desafio da maturidade consiste em poder observar a realidade como ela é e continuar a agir de acordo com sua consciência”. Digo mais: é preciso perdoar a quem lhe faz maldade e lhe ofende. Perdoe-o e o ame. Vai ver que se anula o que lhe foi feito e você fica gigante, diante dos fatos. Não se deixe vencer pelo mal. Vença-o com o bem. Pague o mal com o bem. Não se deixe cair na armadilha de responder com ódio. Responda com amor. Você foi criado com essa aptidão. A propósito, na política o resultado é até mais rápido. Pague pra ver.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Tipologia

Em campanha eleitoral, cujo público alvo é diversificado em graus de instrução, é necessário simplificar para o bem da legibilidade, evitando jornadas arriscadas com tipologia criativa demais. Há espaço, no entanto, para alguma ousadia, se for contemplada uma boa estratégia de segmentação da propaganda. Os tipos podem acompanhar o conteúdo de mensagens diferentes que determinem a fronteira, por exemplo, entre os jovens da periferia e os de classe média alta. Outro exemplo é separar em conteúdo e estética o material a ser distribuído entre os idosos, adultos e os jovens. O candidato pode conversar na intimidade com públicos diferentes, demonstrando plena identidade e conhecimento de suas aspirações e problemas, e, nesse caso, a identidade visual será um reforço de harmonia, respeitando a sensibilidade do segmento. Para cada tipo, uma tipologia. Para cada público, uma mensagem. Há que respeitar, no entanto, uma regra inviolável: fale diferente com públicos diferentes, mas jamais perca a coerência.

sábado, 14 de julho de 2012

Frutificar

Por descuido ou insistente influência do mal, as pessoas, comumente, matam umas às outras. Aos poucos, vão reduzindo o próximo, desbotando e destruindo o projeto de Deus para a vida de cada um. Pensei nisso hoje, quando estava num café, no centro de Ourinhos(SP), e vi uma criança da calçada sorrir pra mim. Ela brincava com o nada, enquanto sua mãe se distraia diante da vitrine. Ora, correspondi com o máximo de simpatia que poderia transmitir naquele momento. A criança riu mais ainda e continuou a brincar com o nada, vagando na própria imaginação de riqueza e pureza infantis. Fiquei feliz por ter agido com consciência, pois poderia ter frustrado o seu sorriso, tivesse distraído e não sorrisse também. Não dá pra calcular as conseqüências de uma frustração dessa numa criança. O quanto mataria da sua expectativa de vida, fosse minha cara enfezada em resposta ao sorriso dela. Agora, imagine pior ainda... Se eu tivesse de mal humor e fizesse uma cara de mau... É preciso atentar para isso. Desde a infância, um ser humano é torpedeado por sentimentos maus. Isso vai matando pouco a pouco a sua esperança. O que se pode esperar disso? É preciso urgente tomar consciência da necessidade vital de amar uns aos outros, como nos ensinou o mestre da política, sem querer reduzir a divindade do nosso Senhor Jesus Cristo.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Direção errada

Para o bem de uma boa campanha eleitoral, a hierarquia eleita pelo bom senso exige obediência a uma regra básica. Como a carroça não puxa os bois, a propaganda não pode ser criada, muito menos lançada, antes da elaboração do projeto de marketing. Já é absurdo criar a marca do candidato, incluindo o conceito de campanha, sem o planejamento engenhoso do marketing político que determina, de maneira cirúrgica, o que se deve ou não enfatizar, mediante o que falta e o que sobra no cenário. Lançando mão principalmente da prudência, uma boa estratégia evita gastos desnecessários, tiros no pé ou pela culatra e conseqüentes suicídios. Qual o sentido de investir os recursos de campanha contra a própria candidatura? Pois saiba que isso acontece quando se investe em propaganda sem estratégia bem elaborada. O feeling (sentimento) é incapaz de precisar sobre a realidade complexa da política. É como um cego iniciar uma caminhada, sem guia, sem consulta, sem recursos de navegação.

domingo, 8 de julho de 2012

Cidade

O que é a cidade, senão sua gente? Seus sonhos, corações e mentes? Abrace-a, candidato! Ame a sua cidade, ou seja, ame o próximo, ame as pessoas que vivem nela. Exercite a piedade, seja misericordioso. Negue-se a si mesmo. Não se preocupe com a sua popularidade, sua performance perante o eleitor. Seja atencioso, ouça o que ele tem para dizer, sofra com ele, quando a história for triste. Isso é compaixão. Se você tiver, verdadeiramente, esses sentimentos, o seu sorriso, gestos, o discurso, tudo que falar, se tornarão doces aos olhos e ouvidos do eleitor, que se sentirá amado. Quanto maior o seu amor, mais carisma terá, mais confiável se apresentará. E o eleitor não vai negar o apoio. Voto é gesto de confiança. Não tente ganhá-lo com fingimento porque grita aos olhos do eleitor o repugnante sorriso falso. Não forje sentimentos. Tenho repetido... Não pareça, seja.

sábado, 7 de julho de 2012

Bondade

Na política, assim como na vida, muita gente ainda não atentou para os benefícios de uma postura generosa: a abnegação, semeando o bem do próximo e, não por isso, mas por conseqüências naturais, colhendo os melhores frutos possíveis. O egoismo é o maior inimigo dessa postura magnânima porque, antes de valorizar o companheiro, o político pensa que pode se declinar por isso, observando tudo como se fosse uma competição desenfreada. Acaba acontecendo algo muito comum: bicho comendo bicho. Assim, não experimentam o que está e sempre esteve à disposição. Partindo da sabedoria cristã, de que líder é quem serve, devemos ressalvar a notória decorrência dos feitos baseados na benevolência. Política não é terra de ninguém, onde tudo vale, quanto mais dissimulado melhor, onde o mal vence, como muitos pensam. Igualmente à vida, a política é regida com justiça. O bem sempre vence, leve o tempo que levar.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Atenção

Você não acredita no que o eleitor fala com você? Nem ouve? Ou ouve com desinteresse? Péssima campanha a que está fazendo, caro amigo. Acredite: campanha é mais apropriada para ouvir o eleitor do que para se fazer ouvido. É o trabalho de conhecer e acumular os sonhos que lhe são transmitidos, as necessidades compartilhadas, as confissões, reclamações, aflições, enfim, o nobre trabalho de coletar opiniões e emoções, de modo a compor a sua plataforma, a atuação política. Durante o processo eleitoral você já pode refletir no discurso o que sua sensibilidade recolheu em visitas aos bairros, ruas, residências. Mas será no governo a maior utilidade desse contato com o público que deve ser estendido pós eleição. Acreditar no que o eleitor fala é prova da sua boa vontade. Mas prova maior é agir de acordo com o que você ouviu, sentiu e viu, durante a proveitosa peregrinação de candidato. Ouvir é mais importante que falar, creia.

sábado, 30 de junho de 2012

Paixão

Incrível como alguns candidatos se deixam influenciar por resultados de pesquisas eleitorais no início de campanha. Uns se sentem eleitos por estarem na frente, outros precocemente derrotados por estarem na “lanterna” (último colocado). Costumo dizer: o que ganha eleição não é posição nas pesquisas, mas posicionamento político. Tem candidato que entra no processo com a bola toda e sai com o pior dos resultados, ao passo que outros iniciam com menos de 3% e conseguem chegar à vitória. A performance do candidato no processo depende de como ele vai se apresentar ao eleitor, suas virtudes, propostas, soluções apresentadas, etc. Agora, é preciso ter em mente que nada, nem tecnicamente nem financeiramente, é superior ao despertar de uma paixão. Quando o candidato conquista isso no universo eleitoral, não tem pra mais ninguém.

Vitória

Tem marqueteiro que afirma: “em eleição vale tudo, o que não vale é perder”. Diz isso para vender o peixe, dando a entender que, ao lhe contratar, o candidato estará garantindo a vitória. Dizendo isso, no entanto, presta-se um desserviço à maturação política do País, alem de induzir o cliente ao engano e provável frustração. A verdadeira vitória não está no resultado de uma disputa, mas na maneira como se assimila o resultado. Há derrotas com vitória e verdadeiras vitórias alcançadas com derrota. A presença ou ausência de humildade determinam o benefício ou o prejuízo. Ao perder, o candidato deve enfrentar a situação com dignidade.

domingo, 24 de junho de 2012

Convenção

O evento em que se homologam candidaturas a prefeito, vice e vereador é uma festa que celebra a democracia e consagra o espírito de cidadania de pessoas corajosas, entusiasmadas, cheias de ideais. A convenção é a semeadura. A campanha é o cultivo. A eleição, a colheita. Depois, um novo ciclo pra quem se elege. A posse é o plantio. O mandato, a produção (a obra). A reeleição ou sucessão, uma nova colheita. Muito dessa agricultura depende das sementes, da sua resistência ao tempo e às pragas (a pior delas é a corrupção). Para que dê bons frutos, no entanto, além da boa escolha das sementes, será preciso um zelo constante do agricultor, aquele que manda no sitio, o venerável e poderoso eleitor.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Pela fertilidade 2

Tenho dito, tanto aqui no blog, como em conversas com amigos, que, em vez de criticar, a gente deve entrar na política e provar que é possível fazer melhor. Como reuni algumas críticas em relação à política, em Ourinhos, resolvi indicar meu nome como pré-candidato a prefeito pelo PV. Assim, deixo de criticar e passo a agir, com a minha humilde participação.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A escolha do vice

Muitos dirigentes partidários se esquecem, na hora de indicarem os candidatos, que estão servindo um prato à população. Imaginemos um jantar em que o convidado é o eleitor. Você descobre o seu prato preferido. Digamos que seja pato (sem analogias irônicas). Então, ao decidir servir pato na frigideira, você estará escolhendo, por exemplo, um candidato com bom potencial. Ele empolga o time político, vai fazer todo mundo trabalhar bem humorado e confiante, e transita bem com a população, seja por já ter popularidade ou por ser fácil de apresentar (sem rejeição). Já que o prato principal é de preferência do convidado, o anfitrião então pensa diferente na hora de decidir sobre o acompanhamento, o vice. Escolhe então pelo critério do poder econômico ou do reforço partidário. Ignora completamente o gosto do convidado. Então serve pato com jiló.

Engano desenfreado

A retaliação é muito comum na política. Alguém se sente ofendido, preterido, prejudicado, e logo se vinga com algum desserviço contra o suposto autor. Posso dizer, por experiência, que a maior parte desses desentendimentos foram iniciados por engano. A ofensa não foi intencional; o prejuízo, acidental; mero esquecimento foi tomado por preterimento. Mas depois da desafronta, o caso fica real e, depois de muitas trocas de atos impensados, fica cada vez mais difícil o resgate da razão. Então, se estabelece o caos, o racha e, conseqüentemente, o enfraquecimento de um grupo, de um partido, de uma aliança política, de um líder. Se aquele bom conselho de dar a outra face fosse adotado pelos tais, muita contenda seria contida, muita discussão e inúmeras agressões, evitadas.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Articulação política

Deve ser desprovida de interesses mesquinhos a boa articulação para que obtenha resultados concretos com os interlocutores que decidem e formam os retalhos de uma boa costura. Apenas o interesse pelo bem da coletividade gera o argumento ideal para que todas as partes cedam um pouco e dêem lugar ao sucesso de uma manobra política vencedora. Quem articula com interesses fisiológicos ou antagônicos ao do bem comum encontra natural resistência e, certamente, o insucesso.

Espiritualidade

Tenho dito em oportunidades inusitadas de falar para o público jovem que muita gente da minha geração e de outras logo após a minha cometeu um grande equívoco, a pretexto de desenvolver ou promover marketing pessoal. Investiu demais na aparência e pouco no conteúdo. Mudou a embalagem ao gosto do mercado e não transformou o produto à luz da verdade. Ora, o resultado disso é desastroso.

Na política, digo o mesmo: está na hora de alguns políticos pararem de se concentrar em parecer, para se dedicarem a ser. São falsas as vitórias alcançadas com mentira, e o destino não perdoa. Como diz o texto sagrado, quem ganha o pão com fraude logo sente o gosto de terra na boca. Só é aceitável o poder que tem o propósito de ajudar (promover o bem), nunca o poder de humilhar. Há que ter humildade e, para isso, é imperativo desenvolver a espiritualidade.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

No tabuleiro da política

O jogo de xadrez é um bom exemplo para entender a importância da flexibilidade na estratégia política, principalmente numa campanha eleitoral, devido ao dinamismo intrínseco. Antes de mexer uma peça, você precisa ter um planejamento e calcular as possibilidades de reação do adversário. Uma vez que o adversário faz a jogada, você reavalia toda a estratégia e, caso ele tenha lhe surpreendido, será necessário mudar todo o planejamento. Na campanha eleitoral, como no xadrez, aquele que se apaixona pelo planejamento inicial e não o adapta de acordo com a realidade mutante, terá a derrota como destino.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Popularidade

Uma afirmação do Pr. Ed René Kivitz no Fórum Cristão de Profissionais, sobre a popularidade, chamou minha atenção. Ele diz de gente que vira celebridade sem nunca ter sido útil à sociedade, banalizando a projeção social e criando um conceito falso de sucesso, almejado por muitos jovens, alienando a idéia de desenvolvimento humano. Na política também existem aqueles que buscam freneticamente por popularidade e acabam alcançando a “popularidade indecente”, com recursos fraudulentos, sem consistência ou histórico de serviços prestados. O bom político que aspira exercer liderança com longevidade deve correr dessa bolha frágil, assumindo com responsabilidade o papel de servidor. É preciso ser ponderado, perseverante e evitar sonhos de crescimento meteórico.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Cidadania é música

Engana-se o prefeito que se enxerga líder apenas dos seus assessores, cargos de confiança e, por desdobramento, dos servidores públicos municipais.  Ora, a população o escolheu e lhe deu credenciais para conduzir os rumos do município. Cadê o maestro? Com uma mão, faça os violinos tocarem. Com a outra, estimule o sopro. E, com graça e coragem, toda a orquestra se faça harmônica: instrumento por instrumento, nota por nota, numa sinergia dançante. Assim, muitos comerciantes poderiam reformar suas fachadas, moradores varrer suas ruas, todos cuidando de todas as crianças como se fossem seus próprios filhos, a segurança pública defendida boca-a-boca, bairro por bairro... Todos cuidando da cidade, movidos por movimentos generosos do líder, aquele que estimula o espírito de cidadania (uma paixão adormecida).

Você acha utopia? Por isso que nunca fez.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A cara da campanha

A elaboração do logotipo em campanha eleitoral majoritária é um árduo trabalho que exige dos profissionais muito mais que inspiração. O processo criativo não pode ter censura, pois que a mesma costuma inibir a criatividade. Depois da criação, contudo, há que lapidar a pedra até que vire um diamante puro. O desenho, as cores, o símbolo (se houver) tudo comunica com o emocional do eleitor e não pode encontrar resistência, o que é difícil porque o público alvo é amplo e de lentes variadas de observação (culturas diferentes). Ser simples, evitando qualquer elemento que dificulte a leitura do nome ou do número, é cautela obrigatória.

Aquela frasezinha...

O conceito de uma campanha, resumido no slogan do candidato, deve inspirar as expectativas sobre a candidatura: a que veio, com que motivação, seus objetivos e métodos. Pode enfatizar a causa principal do candidato, como também ser uma síntese de todas as bandeiras. É preciso saber, no entanto, que o slogan é peça fundamental da marca e tem a elevada função de posicionar o candidato perante os adversários e a realidade do cenário, ou seja, as necessidades e expectativas do eleitor. Conciso, verdadeiro, cirúrgico, emocionante, o bom slogan empolga, convence o eleitor e fortalece a candidatura, se a criação, não obstante aos recursos artísticos, obedecer a estratégia de marketing.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Respeito ao eleitor

Quando o candidato é do ramo, digo, político com experiência e sensibilidade, nada vai estranhar do bom diagnóstico e da estratégia proposta pelo marketing. Caso ele estranhe e não fique satisfeito com a proposta, melhor pedir mais estudos ou trocar de profissional. Porque o bom senso é o norte na política. Não pode ser ferido, nem em nome da criatividade, nem da arte nem de nada. O bom senso é superior à originalidade. Na política não cabem viagens de criativos, nem experiências mirabolantes. O eleitor precisa ser respeitado. E candidato não é cosmético.

sábado, 2 de junho de 2012

Coisa de índio...

Para fazer um bom diagnóstico e elaborar a estratégia de marketing de uma campanha eleitoral, é necessário mais que uma boa leitura nas pesquisas. É preciso ouvir o barulho da floresta.

E pescador...

Tem gente que despreza palpiteiro. Eu não. Ouço o quanto der... Cada opinião esconde uma pérola, mesmo aquelas que chegam quadradas e, principalmente as que parecem ostras.

Pela fertilidade

Apesar da injustiça, porque existem idealistas, apaixonados e sinceros, os políticos estão todos num só balaio que enfrenta grave crise de credibilidade. Não obstante aos motivos reais da indignação geral, compreendendo inclusive a generalização como forma de pressão para que alguém faça alguma coisa, acho improdutiva a indignação como geradora de critica estéril. Você aponta o erro e não mostra que pode fazer melhor? Ora, vá e prove que é possível. Seja um político bom.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ojeriza tática

A generalização sobre os políticos, a crítica fácil e o ódio alimentado contra essa importante atividade humana não são facetas da ignorância. Fazem parte da estratégia de sobrevivência da omissão.

Liderança e confiança

Há um equívoco na política: achar que o marketing faz pesquisas qualitativas para orientar o candidato a falar o que o povo quer ouvir. Marketing político que se preza não cerceia a prerrogativa do líder que deve ser servidor, mas não subserviente. Dizer o que o povo precisa ouvir, e não o que quer.


Os atalhos na convivência humana são abomináveis, um flagrante da preguiça. Agradar para conquistar é um deles. Ser sincero parece ser um caminho longo demais, nesta era do "compre com um clique". As pessoas se esquecem, no entanto, que só se alcança a admiração, a amizade, o amor de alguém, de verdade, quando se conquista inteiramente a sua confiança.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Trabalho em equipe

Uma boa campanha se faz com gente, não com equipamentos. O trabalho mais importante a que me dedico, depois que fecho uma campanha eleitoral, é selecionar profissionais que correspondam às necessidades. Nessa difícil escolha, a exigência é mais alta para o bom caráter, mais que para a competência individual. Porque a harmonia no trabalho em equipe é prioridade. Sem humildade que frutifica união não há vitória, nem em eleição, nem em nada.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Comunicação

Liderar é comunicar (além de servir). Transmitir o que pensa, o que sente, o que sonha, acender farol e iluminar caminho, apontar direção, inspirar aspiração, valorizar idéias, elevar pessoas, desenvolver gente e lugares... Enfim, fazer acontecer. Isso é papel de político, não fazer negócios.

Foto de campanha

Na hora da fotografia o candidato deve pensar nos seus ideais, respirar com todo o sentimento de amor a seu povo e sua cidade. Porque pensamentos e sentimentos são congelados no olhar, cristalizados no instantâneo, projetados misteriosamente direto ao inconsciente do eleitor.

domingo, 27 de maio de 2012

Extrato

Muita gente enxerga a política de longe e pensa que é diferente da vida. Não sabe que se trata de um extrato e não de um ambiente extraterrestre, onde a dissimulação seria a melhor estratégia. Estou cansado de ver gente não ser convidada para reuniões importantes porque o líder o considera "mentiroso, falso ou fofoqueiro". E só vi falso ganhar eleição quando o opositor é mais falso ainda (rs). É como na vida, onde o sol brilha para os bons e para os maus, mas há sempre uma justiça que faz a colheita corresponder ao plantio. Igualmente, tem seus mistérios, exigindo audácia e prudência ao mesmo tempo. Nem sempre a vitória é boa, muito menos a derrota é totalmente ruim. Pensa na complexidade da vida elevada ao cubo... É a política.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Espírito de liderança

Muitos governantes se sentem desanimados após três anos e pouco de governo... Pensam até em não se candidatar à reeleição. Digo que se trata de frustração de liderança. A missão é liderar e ele perde tempo apenas assinando papéis, administrando a máquina, realizando obras físicas. E a sua principal obra deveria ser de comunicação, a obra espiritual. O legado que então deixaria no coração e na mente do seu povo, uma semente que daria frutos pela eternidade... E ele não semeia. Não lidera pela palavra. Não transmite sentimento, pensamento, sonho, nada... Isso cansa mesmo.

Aparência X essência

Tenho ponderado: manter uma imagem antagônica à realidade do candidato necessita um esforço sobrehumano, quase sempre vão (leia-se desperdício de tempo e dinheiro na campanha). E nem é solução adotar tal imagem. Ora, será que há encanto artificial que seja maior que o natural? O falso superior ao autêntico? A casca remendada mais bela que a projeção da essência? É muito comum se ouvir em qualitativas: "não confio naquele candidato porque o sorriso dele é falso". A evidência da falsa aparência aparece onde e quando menos se espera. O povo percebe e, às vezes, nem sabe dizer porque não confia. Simplesmente, não vota.

Aviso aos militantes...

Lembrete aos traidores em potencial (qualquer um) da política: poucas pessoas sabem o nome dos doze apóstolos. Mas todos lembram o nome de quem traiu Cristo. Não se permita a esse papel desprezível por todos os lados (inclusive por quem suborna). Seja um vigilante atento e tenaz de si mesmo.


Meu amado avô, José Borges, era prefeito de Curaçá-BA quando morreu. Em seu leito de morte, disse a minha avó: "a dor mais insuportável que já senti não é a de agora, é de quando fui traído na política".

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Atributos indispensáveis

Candidatos com quem prefiro trabalhar: os que realmente amam o seu povo, que manifestam carinho especial pela sua equipe, que dão atenção verdadeira aos mais humildes, que não se preocupam em "derrubar" adversários, que não tentam burlar a lei eleitoral para obter vantagens, que dão atenção às crianças e não desprezam forasteiros por não votarem na cidade. Ou seja: candidato mesquinho, nem pensar. Isso estou falando em trabalhar. Votar então, nem se fala...

Baixaria, nem na última hora...

Muitos estrategistas políticos planejam "baixarias" para a reta final com o pensamento curto: "não dá tempo de responderem". Nesse raciocínio, a vitória viria antes da punição. Mas eles se esquecem do real e do viés:

1) A "grosseria" quase sempre provoca a ira dos eleitores contra os supostos autores do "crime eleitoral" que, no caso de panfletos apócrifos, o eleitor atribui sempre ao principal adversário. O tiro sai pela culatra.

2) A eleição passa e a história fica. O recall negativo é mortal em futuras batalhas eleitorais. Achar que eleitor não tem memória é argumento simplista e não leva em conta que sentimentos adormecidos podem ser despertados com uma boa comunicação (creia em palavra mágica).

3) Muita coisa boa, mais produtiva, deixa de ser feita por atenção e esforços desperdiçados no caminho da "maldade". Se você planeja o mal não merece bem algum. Colhe o que semeia.

4) O crime não compensa. Falta sabedoria a quem acha o contrário.

O melhor a fazer é manter a postura, inclusive depois das eleições, no caso de derrota. Perder com dignidade é melhor que ganhar com mentiras, fraudes e baixarias.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Investimento

Em política, assim como na vida, a confiança é o mais valioso capital, adquirido a longo prazo com um único investimento: a lealdade.

A força da verdade

A população das classes C e D, que define a eleição, tem um discernimento encantador. É comum nas qualitativas ouvir expressões como: "está falando mal do adversário por dor de cotovelo, só porque ele está na frente". Então, o candidato atacado por acusações infundadas deve se acalmar e confiar mais na sabedoria popular. Tenha paciência e espere que o tempo revele a necessidade de responder. Às vezes, o público responde às acusações com indiferença ou revolta contra o acusador. A verdade protege aquele que a tem como soberana. Se a mentira parece invencível, creia, é uma ilusão que dura pouco tempo.

domingo, 20 de maio de 2012

Calma...

A maneira com que se reage aos ataques e golpes baixos na política determina a capacidade de superação. Sentir-se vítima e, por isso, revoltar-se e alimentar sentimento de vingança é o caminho mais fácil para a derrota. Faz o jogo do adversário. E não cresce, nem como ser humano.

Conforto não...

Admiro um prefeito que conheci recentemente. Acostumado, na vida, a enfrentar adiversidades, a lutar e a se superar, tomou medidas impopulares no último ano, sabendo o que estava fazendo. Vai para a reeleição com baixa aprovação. E me disse: "pelo menos minha equipe não está arrogante e não corre o risco de se entregar ao comodismo. O medo de perder vai fazer todo mundo trabalhar". É... Na fraqueza que se fortalece. Esse prefeito já é vitorioso, independente do resultado das eleições.

Não brinque com armas

Quando assessores de candidato expõem pra mim planos maldosos contra o adversário, advirto: "não faça porque pode sair pela culatra". Preocupa-se em derrubar adversário quem tem candidato pesado, difícil de levantar. O mesmo serve para outros níveis de competição.

Ordem de valores

Mais importante que uma eleição é a carreira política. Mais importante que a carreira é a vida. Mais importante que a vida é a alma. Não a perca tentando parecer o que não é, agindo contra a própria consciência.

sábado, 19 de maio de 2012

Pesquisa

É importante, numa campanha eleitoral, saber lidar com vantagem e desvantagem nas pesquisas. Aproveitar a vantagem, por exemplo, no exercício de liderança é sempre arriscado, já que resulta num abominável jogo de poder. Digo aos candidatos, mesmo aos que estão na frente: deixe as pesquisas para o marketing elaborar ou corrigir a estratégia. Nunca a use com os militantes nem com o público. Ignore-a em qualquer circunstância.

O saber

Só há uma postura apropriada para compreender e agir bem na política, a de quem nada sabe. Somente pronto para aprender a todo momento é que se alcança a sensibilidade necessária para surfar no dinamismo da política, uma realidade em constante transformação.

A propósito, política é experiência intensiva de vida, uma edição especial da vivência comum, só que em velocidade mais acentuada.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Disciplina divina

Um político me perguntou: "como ser humilde sem parecer demagogo"? Respondi: "sendo e não querendo parecer que é". Ele: "não consigo ver com nitidez a fronteira disso". Eu me senti na obrigação de aconselhar: "desenvolva sua espiritualidade, tenha um relacionamento com o Criador, que ele vai te disciplinar. Ah, sim... Ele cuida disso pra você".


Ninguém espera ouvir isso de um marqueteiro, né?. Devo ter surpreendido o cidadão...

Grandeza e liderança

Arrogância perde voto, digo aos candidatos. Como evitá-la? interessando-se pelas pessoas e não obstinado para que as pessoas se interessem por você. Quem se acha superior já não pode ser. Grandeza só se encontra na humildade e na renúncia a si próprio.


Humildade é a base da verdadeira liderança. Torna-se líder, naturalmente, quem se propõe a servir e terá seguidores, tanto quanto a muitos for útil.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

E a alma?

Falsos marqueteiros entram nocivos na vida do político imprudente, forçando mudanças na natureza, criando um verdadeiro Frankenstein. Se você perde a autenticidade, fica distante da alma, você perde tudo. Será que não enxerga?


Essa atitude esdrúxula se deve a uma idéia de que existem modelos ideais. Não respeita quem nos criou e fez de cada um de nós um ser maravilhoso, desde que não percamos a alma (ou não a vendamos para algum "mago" do marketing).

terça-feira, 15 de maio de 2012

Lealdade

Tenho dito aos candidatos. Seja leal até com os adversários. Tudo o que você faz reflete nas pesquisas qualitativas, com clareza e ternura, de maneira que surpreende tanto discernimento e capacidade de observação do povo, que sempre escolhe o melhor para o momento. Então, seja o melhor. Não queira apenas parecer.


Ser leal com o adversário não é poupá-lo, ou omitir informações à população. O eleitor precisa saber de tudo sobre ele. E o que for da vida pessoal que reflete no comportamento público também precisa ser debatido às claras, sempre com respeito e elegância. Pouca privacidade é o preço de ser público. Nesses casos, o erro é exagerar, querer suscitar ódio contra o rival. Seja equilibrado e, repito, leal. Um leão leal.

sábado, 12 de maio de 2012

Vaidade dá nisso

O político erra na dose quando, provocado pelo adversário, responde de imediato, geralmente com exagero. O tiro sai pela culatra e é letal, pior que o ataque do rival.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Observação do Protógenes

Do amigo deputado: "Rapaz, dinheiro e poder enfraquece o homem, não vale trocar a reputação por isso. Precisa ver o Maluf no elevador comigo... Eu encarando o cara, tranquilo. Ele nervoso, fingindo manipular o celular."

Sacrifício

Cortar da própria carne pelo bem do coletivo é uma experiência obrigatória. Todo político vai viver um dia.

Professor Ulysses

Estávamos sentados eu, Flávio Moraes e o então prefeito Clóvis Chiaradia com Ulysses Guirmarães, em 1990, na Taberna Gaúcha, em Ourinhos. Derrotado por Collor em 1989, à presidência da República, o Senhor Constituinte viajava pelo interior paulista, em busca de votos para se reeleger deputado federal. Por conta disso, tivemos a oportunidade de estar com ele e ganhar, na ocasião do almoço, uma grande aula de política. Além de outras brilhantes observações, o deputado disse algo que, sobremaneira, me chamou a atenção: "o maior inimigo de um político é a sua vaidade". De lá pra cá, convivendo com muitos, posso dizer que só tive confirmação. Percebo que só lidera, verdadeiramente, aquele que serve aos outros, quem se esquece de si e se dedica aos demais. Os que sobem com soberba são tolos, usados por oportunistas para "assinar" os malfeitos. Quem cresce em liderança é aquele que enxerga e realiza o papel de servidor (não confundir com subserviência), com humildade e perseverança. Um grande exemplo foi Jesus Cristo lavar os pés dos seus apóstolos.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Dizer a verdade

Tenho dito aos prefeitos candidatos à reeleição e futuros prefeitos: sabe aquele assessor que lhe incomoda, dizendo coisas que te desagradam porque frustram sua idéia de si mesmo ou aponta obstáculos aos seus planos de poder? Valorize-o e se aconselhe com ele porque é o melhor que você tem. Com certeza, é alguém que não idolatra o poder e tem verdadeira amizade por você. Quem ama o próximo fala a verdade e não o induz ao erro, nem com engano, nem com bajulo.

sábado, 5 de maio de 2012

Idealismo

Tenho falado aos meus clientes, futuros prefeitos e reeleitos, que o pragmatismo está na moda e que isso é um bom sinal para adotar de corpo e alma o idealismo. Não tem sentido ser líder e aceitar a realidade. É do líder transformar, mudar, e pra isso é preciso sonhar, enxergar e agir com fé.