quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Compra de voto

A fiscalização da Justiça é precária e o abuso do poder econômico continua influenciando os processos eleitorais brasileiros, principalmente nos pequenos municípios, apesar de notável evolução dos últimos anos. A contratação de eleitores nos últimos dias, a pretexto de intensificar panfletagem e apresentar volume de gente (adesão popular) em prol de uma ou outra campanha é um meio camuflado de comprar votos. Ao cooptar o cidadão para o serviço de ficar na rua com a camiseta de propaganda no dia da eleição, o agente orienta que ele vote antes (para evitar perder um voto se o cabo-eleitoral for preso pela operação inibidora de boca-de-urna). É claro que não o obriga e não teria como se certificar de que o contratado votou no candidato que o contratou. Mas a cortesia do brasileiro é conhecida. Como uma pessoa simples, honesta, bem intencionada, grata e cheia de boa vontade iria trair seu contratante, ou seja, deixar de votar nele para votar no adversário que nem serviço lhe ofereceu? Está aí configurada a compra do voto. Candidatos que representam grandes grupos econômicos contratam mais gente para boca-de-urna. Se fizerem uma triagem, podem contratar exatamente quem estaria inclinado a votar no adversário. Com isso, além de obter mais votos, ainda extrai do rival. Como a Justiça irá inibir isso nas próximas eleições?

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