segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Compromisso

Por medo do estigma de “promessão”, ou, aquele que faz promessa e não cumpre, os candidatos costumam trocar o termo por “compromisso” ou, mais prudente ainda, “proposta”, até porque tudo não passa de vontade, mesmo que haja algum planejamento. Para realizar mesmo, muitos são os outros fatores necessários. O eleitor tem que se livrar, portanto, do preconceito ou mesmo da demagogia. Não podemos achar que só os políticos erram. Esta nota tenta aconselhar os eleitores sobre um equívoco comum. Se um candidato diz que pretende fazer uma obra e não consegue fazer, não significa que foi desonesto ou incompetente. Temos que fazer uma análise equilibrada, cobrar empenho, mas ressalvar que, por mais vontade que se tenha, pode não se realizar determinada obra que depende do empenho político de outros e muitas vezes de investimentos de demais órgãos governamentais. Capacidade de articulação e influência política têm limites e não se pode querer que o governante faça qualquer coisa para conseguir cumprir uma promessa. O “mensalão”, por exemplo, pode ter sido justificado internamente, pelo menos no início, com o argumento de satisfazer a exigência sobre o cumprimento de promessas. É o mesmo que vender a alma para o diabo com o propósito de fazer o bem – um contrassenso. Outro aspecto importante é que a realidade muda e muitas vezes uma prioridade cai de posto. É preciso observar sim se há empenho e analisar o governo como um todo, o avanço econômico, a estatística que mede a qualidade de vida e a qualidade dos serviços prestados. O eleitor precisa ter boa vontade e dar crédito ao bom governante, de modo a não colocar todos os políticos em vala comum. Esse julgamento preconceituoso só amplia o espaço dos oportunistas que não têm reputação a perder. O compromisso primeiro é com Deus, depois com a Constituição e com o povo. Mediante isso, o fim não justifica os meios. Repito que o legado maior de um político é o bom exemplo, mais importante que sua obra.

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