quarta-feira, 27 de março de 2013

Coração

A desarmonia entre a paixão e a razão é algo muito comum numa sociedade que se alimenta de ilusões. É desse desequilíbrio a origem de muitos males, pois que geram inversão de valores, apegos exagerados, ausência de entusiasmo, perda da coragem... É sábio manter o equilíbrio e a paz entre essas duas forças. Disse Kalil Gibran, em O Profeta, que a paixão são as velas e a razão o leme de um barco em alto mar. Sem um dos dois recursos, o barco fica à deriva, perdido no oceano. Na realidade atual, em que a sociedade cobra praticidade de todos, quero enfatizar a necessidade de valorizar a força da paixão, onde reside o entusiasmo (do grego en + theos, literalmente 'em Deus'). O poder propulsor da boa ação humana, o encantamento, a preservação da inocência e até mesmo a ligação com o Criador têm sido negligenciados ou reprimidos pelo raciocínio falho, potencializado pela vaidade intelectual. O coração é combatido em nome da conveniência, quando não da vazia aparência ou da ilusão das vantagens fáceis. É necessário, caro leitor, que protejamos o coração das impurezas porque são os sentimentos as nossas turbinas. Ou asas. Ou velas... E que a nossa mente seja humilde para se unir ao coração, e que a paz reine na convivência entre essas duas forças que nos move na existência. E no relacionamento com Deus.

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