Quando dizem “Deus escreve certo por linhas tortas”, nota-se
uma percepção de que a verdadeira justiça não é linear. Se Deus não desse
corda, tempo, liberdade para o homem, não seríamos provados e as falhas não
seriam vistas. Pela fé, tenho convicção de que, seja qual for o resultado da
votação do STF sobre os “mensaleiros” amanhã, devemos aceitar sem desrespeito à
Corte. O Tribunal tem autoridade para decidir e qualquer correção que deva ser
feita por desejo popular, que seja por meios legítimos, democráticos, pacíficos,
jamais pela força ou por ofensas que desestabilizem a democracia (porque uma reação desmedida pode piorar as coisas). Creio na justiça de Deus e que todo mal será transformado num bem, no tempo que só Ele sabe.
Caso o STF julgue mal, se Deus assim permitir, ao longo do tempo isto ficará
claro e o episódio pode revelar problemas mais profundos do País e resultar num
ambiente favorável para mudanças mais acentuadas, sob a luz da verdade. Que os
protestos sirvam para expor a opinião pública, a indignação de um povo sofrido
e desrespeitado. Mas que este povo, contudo, tenha fé e lembre-se que tudo pode mudar no
ano que vem, em que serão realizadas eleições e que, através do voto, é
possível obter uma grande vitória democrática. Que seja uma história que dê
exemplo ao mundo, pois o Brasil tem se especializado em resolver problemas sem
guerras. Pulamos de um regime autoritário para uma democracia em que um
operário de esquerda assumiu o poder, sem conflito bélico. Ninguém tira da
gente essa experiência e o mérito histórico da evolução política brasileira. Lancemos mão,
portanto, dessa vocação e façamos, do possível limão de amanhã, uma saborosa
limonada. Desejo serenidade a todos os meus compatriotas...
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