segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O vazio do homem

Com o ego estimulado, o homem moderno que se enquadra atualmente na sociedade deseja ou se acha livre e independente, quanto mais status e poder aquisitivo possui. Mas não passa de escravo do dinheiro, da auto-imagem, do consumo desenfreado e dos prazeres efêmeros. Nele reside uma angústia que pouco aparece a quem o vê de longe. Esse homem, vítima ou promotor da cultura do consumo, tende a despertar e a rever seus valores. Infelizmente, o mundo tem nos ensinado a viver como se fôssemos um saco sem fundo, necessitados de ilusões (uma alimentando a outra), criando sede e fome do que não preenche. Mas creio que a situação chegou a um ponto em que se nota insatisfação geral. As pessoas estão cansadas. Duas ou três gerações experimentam atualmente a sensação de perda de tempo, de investimento no nada, o vazio de uma existência sem sentido... A cultura do consumo combate o amor pelo orgulho e a família pelo egoísmo. Promove a vida de solteiro por culto ao individualismo e o sexo sem compromisso como mera válvula de escape das emoções, banalizando a mais sagrada etapa da intimidade amorosa. Essa realidade requer um grande esforço das novas gerações em prol do equilíbrio e da sobrevivência da humanidade. O mundo não pode continuar caminhando nessa direção. O homem precisa almejar algo mais consistente para sua existência. É preciso um investimento na busca pela espiritualidade, um profundo relacionamento com o Criador. Esse marketing pessoal vazio, exercitado pela minha geração, que se valoriza conforme o que compra e ostenta, deverá dar lugar a um investimento real na alma, no conteúdo, na verdade, na vida. É preciso reconhecer o que disse Fiodor Dostoievski: "Existe no homem um vazio do tamanho de Deus". Pois temos a eternidade dentro da gente.

2 comentários:

  1. gostei do texto, essa é a nossa realidade sim, mas não significa que não podemos mudá-la.

    parabéns pelo blog!

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  2. Obrigado, Simone. Podemos mudar sim. Caetano disse uma vez, num show em que fui, no Teatro Vila Velha, em Salvador: "Incrível a força que as coisas parecem ter quando precisam acontecer". Nunca me esqueci disso. E agora essa frase parece explicar o momento brasileiro...

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