É muito comum ouvirmos alguém dizer que “fulano não vai pra
frente porque não faz por merecer”. Esse tipo de julgamento não só varre a
injustiça para debaixo do tapete como pisa no amor. Porque fulano precisa de
condições e de exemplos, mas também precisa de ajuda. Fulano não é como sicrano
que teve um caminho pavimentado pela sorte, ao contrário, foi traído, roubado,
agredido, perseguido. Foi desmotivado a lutar por inúmeras derrotas. Quando fulano pediu ajuda, oprimiram-no ainda
mais. Pior que a omissão de socorro é a falsa ajuda. Fulano pode perder esperanças. Se Ele não buscar a Deus, vai morrer infeliz. Porque o desespero é o inferno. O quadro fica mais
triste quando lembramos que somos 90% de Fulanos e apenas 10% de sicranos, numa
visão bem otimista. A injustiça provoca revolta e a revolta é perigosa, ainda
mais que a ganância. Os políticos e membros das elites executadas depois das revoluções armadas sentiram isso
na carne. Antes mesmo da revolução francesa, sabíamos que não existem castelos
seguros, rodeados de miséria. Os sinais são claros de que existe um vulcão do
tamanho do território nacional em erupção. Vamos manter a nossa omissão por egoísmo,
esperando que os insensatos continuem instigando a revolta popular a ponto de
haver uma reação desmedida? Sabemos as conseqüências disso... Sugiro que
saibamos aproveitar este ano eleitoral para repensar os valores e mudar os rumos, refletindo no voto uma nova consciência. O ideal é uma "revolução" de cima para baixo, partilhando benefícios porque só quem tem é quem pode dar. Não baseada na revolta que toma, mas no amor que doa. O exemplo
de um cidadão honesto ninguém vê, ele é quase anônimo, nem os vizinhos notam.
Mas uma pessoa que tem visibilidade pode dar bons exemplos que seriam vistos
por muitos, comovendo uma grande parte das pessoas, promovemos a esperança de
que o mundo pode ser bem melhor. Ser um sinal do Reino de Deus é agir assim,
dando exemplos de perdão, bondade, ou seja, comovendo com atos de amor. O Papa Francisco
tem feito isso com maestria. Mas o Brasil carece urgente de que alguns
políticos tomem consciência. Ou que as pessoas dispostas a se sacrificar para o
bem de muitos cheguem ao “poder ajudar”, e ajudem o Brasil a se enxergar melhor
e se sentir honrado. Sem honra não pode haver felicidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário