terça-feira, 2 de abril de 2013

Palavra

A palavra na política é quase tudo. O discurso de um líder mobiliza multidões, promove desenvolvimento ou atrasos, constrói ou destrói pelo mesmo fundamento. É necessário portanto ressaltar a “prudência” como uma das mais importantes palavras. Não há ferramenta humana mais poderosa, tanto para dentro quanto para fora. A palavra é transformadora, estimulante ou inibidora. Acerta o alvo quando é precisa. Quando desvairada, é bala perdida. Verbalize um sonho e já começou a vivê-lo. Queixe-se das dificuldades e já começou a morrê-lo. A palavra verdadeira confessada cura a alma. A precipitada ou sem piedade a fere. A palavra não reflete necessariamente a intenção, do mesmo modo que o gesto ou o trabalho. Porque intenção é íntima do sentimento, mas da origem ao fim, da idéia à fala ou ao ato, há tormento, influências diversas... Por isso o silêncio é valioso, dependendo do tesouro envolvido. O sentimento, quando é forte, exala, perfuma a sala. A palavra nem sempre conduz o seu aroma. Sabe-se que comunicação não é o que se quer dizer, mas o que o interlocutor entende. O silêncio, por isso, é mais eficiente. Porque o entendimento não pode sofrer incisão e a palavra, por mais leve, pesa. Uma mulher sensível, por exemplo, pode suspirar com poemas de Pessoa, mas se a pessoa, no caso o autor, for o seu admirador, cada palavra pesa mais que o seu valor na poética ou no dicionário. E normalmente um admirador é excessivo. “Simplicidade”, portanto, é a palavra mais sábia, dependente direta do substantivo abstrato “humildade”. Só não é mais poderosa que a palavra “perdão”. Essa sim, é mágica, divina. Pavimenta vidas e amores. É um verdadeiro jardim cheio de flores. Ao conjugar esse verbo, tanto como sujeito ativo ou passivo, saiba disso... Perdoar é semear em parceria com Deus. E não há nada mais frutífero e gratificante.

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