“O Estrangeiro” é uma das musicas do Caetano Veloso que mais
gosto e, nela, os versos que mais me ganharam são esses: “O amor é cego. Ray
Charles é cego. Stevie Wonder é cego. E o albino Hermeto não enxerga mesmo
muito bem”. Além da homenagem do compositor baiano, de enfatizar a semelhança
dos músicos citados e o amor, os versos lembram essa expressão bastante
propalada, de que “o amor é cego” e remete à capacidade do amor, de enxergar
além e, portanto, acertar, gerar bons frutos, despindo-se de preconceitos e de
conceitos. O amor é incapaz de ver o banal porque vai fundo. Ignora o visível e
se alimenta do que não se vê. O amor vê a alma, além do corpo. E a tudo suporta
porque antes crê no que não se vê. Esta semana, estamos lançando uma campanha
para uma ótica que diz “Quem enxerga além age bem. Veja a todos pela ótica do
amor”. A idéia é transmitir a mensagem e estimular bons relacionamentos entre
as pessoas. A proposta da nossa agência nyme3 é essa, de inserir ao máximo, na
comunicação social dos clientes, mensagens que inspirem o exercício da
cidadania e a espiritualidade. É louvável achar clientes dispostos a
corresponder à responsabilidade social. No caso dessa campanha, a Nacional
Óticas, que ganhou o slogan “a ótica do coração”, teve uma postura exemplar. É
muito comum propaganda que usa de artimanhas, estimulando inclusive a
competição entre as pessoas, para atrair o consumo exagerado. Fazem isso sem
atentar para o quanto as pessoas se prejudicam, contaminados pelas mensagens
que normalmente atropelam o “amor ao próximo”, o caminho para uma sociedade justa.
Com essa campanha, ao meu modo de ver, a empresa oferece um presente ao público,
usando seus investimentos publicitários para o bem comum.
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