sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Sem pressa


Não é apenas na política que a ansiedade induz a erros irreparáveis. Aprende-se na própria vida que a precipitação, filha da ansiedade, costuma causar danos lamentáveis. Se a paciência é considerada umas das mais altas das virtudes, e sabe-se que provém da fé, a pressa tem a marca do desespero e costuma cegar, atropelar, com insensibilidade sobre o “tempo certo para tudo”. Exalto a paciência como introdução do que digo agora: o cenário político no Brasil não está definido. Principalmente os partidos menos comprometidos com as pré-candidaturas à Presidência, articuladas até agora, precisam saber esperar. O fenômeno do ano passado, das manifestações populares nas ruas das capitais e algumas cidades do interior, precisa ser melhor compreendido: algo está mudando no Brasil. Os detentores ansiosos do poder costumam se anestesiar com afirmações apressadas: “são vândalos articulados pela oposição”. Os beneficiários da aparente impunidade, acostumados com a zona de conforto que os enfraqueceu, minimizam: “é um fogo que se apaga, não dá em nada”. Mas a verdade é que o sintoma é claro, a sociedade brasileira quer uma mudança mais profunda que as propostas até agora. O que se vê, por enquanto, são alianças que fortalecem as candidaturas em nível de classe política, mas não as liga de maneira autêntica ao povo. Aliás, vejo-as bem distante. Há um fator emocional, embrionário, sendo ignorado pelas análises. Vemos articulações por coligações partidárias, mas nenhum partido se coligando com o povo... Sugiro aos dirigentes partidários que não pensem com a mesma mentalidade de sempre, e tenham paciência de esperar o momento certo. Nestas eleições, vejo um plano divino e um propósito de levantar o País. Creio que a vitória pertence a quem pensar, falar e agir diferente, sensata, mas inusitada, idealista, e com muito respeito ao eleitor. Sonho com uma candidatura emergida das ruas, das bases, comprometida com os anseios da população sofrida e desrespeitada do Brasil.

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