quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Humor?


A busca frenética da sociedade pelo prazer tem sido trágica, e nem um pouco cômica. Muitas pessoas se perdem, a exemplo dos viciados em drogas, por um atalho qualquer, em busca do êxtase artificial. Vejo com lamento alguns humoristas, por exemplo, tentando tirar da cartola novas formas de provocar gargalhadas. Evidentemente que vão achar alternativas às custas de outros. Rir da miséria alheia, coisa mais antiga... Porém, hoje é considerada “ousada” por inconseqüentes que disputam platéia. Não defendo regras do comportamento “politicamente correto” porque acho um absurdo estabelecer critérios para algo que deveria brotar naturalmente do coração. É o mínimo que um ser humano deveria fazer, lutar internamente para proteger o semelhante do seu escárnio. Mas o pior é que a indústria de entretenimento, que também carece de  escrúpulos, procura atender à demanda de “drogas” e, portanto, compra o serviço dos profissionais mais audaciosos. Porque o público quer rir a qualquer custo. Falta alegria, quero rir. O pior é que humor sem amor é tão cruel quanto as máquinas de torturas medievais. É por isso que os humoristas estão invadindo os motivos sagrados, e desrespeitando pessoas, como se não houvesse conseqüências, mas somente o prazer sádico, o dinheiro e a fama. É produto do imediatismo contemporâneo esse humor sem amor, sem o mínimo de elegância. Fosse esse tipo de humor materializado em comprimidos, os profissionais que o praticam seriam enquadrados na lei como traficantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário