A busca frenética da sociedade pelo prazer tem sido trágica,
e nem um pouco cômica. Muitas pessoas se perdem, a exemplo dos viciados em
drogas, por um atalho qualquer, em busca do êxtase artificial. Vejo com lamento
alguns humoristas, por exemplo, tentando tirar da cartola novas formas de
provocar gargalhadas. Evidentemente que vão achar alternativas às custas de
outros. Rir da miséria alheia, coisa mais antiga... Porém, hoje é considerada
“ousada” por inconseqüentes que disputam platéia. Não defendo regras do
comportamento “politicamente correto” porque acho um absurdo estabelecer
critérios para algo que deveria brotar naturalmente do coração. É o mínimo que
um ser humano deveria fazer, lutar internamente para proteger o semelhante do
seu escárnio. Mas o pior é que a indústria de entretenimento, que também carece
de escrúpulos, procura atender à
demanda de “drogas” e, portanto, compra o serviço dos profissionais mais
audaciosos. Porque o público quer rir a qualquer custo. Falta alegria, quero
rir. O pior é que humor sem amor é tão cruel quanto as máquinas de torturas
medievais. É por isso que os humoristas estão invadindo os motivos sagrados, e
desrespeitando pessoas, como se não houvesse conseqüências, mas somente o
prazer sádico, o dinheiro e a fama. É produto do imediatismo contemporâneo esse
humor sem amor, sem o mínimo de elegância. Fosse esse tipo de humor
materializado em comprimidos, os profissionais que o praticam seriam
enquadrados na lei como traficantes.
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