sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Confiabilidade


A crise de confiança da sociedade brasileira se arrasta por muitos anos e tende a piorar, se não houver uma mudança radical no comportamento dos políticos deste País. Considero carisma como uma capacidade de inspirar confiança na primeira impressão. Este fator é um importante capital político porque a credibilidade é a base da liderança. Ninguém segue a quem não confia. Até o chefe dos ladrões precisa da confiança dos seus comparsas e o “crime organizado” conta com isso para fazer jus ao sobrenome. Mas os políticos deveriam contar com a confiança do povo e não somente dos seus cupinchas ou dos cúmplices que nem precisam ser necessariamente correligionários. Fica a classe política brasileira contando apenas com o apoio da própria classe. Troca acusações de tal maneira que é como se dissesse ao povo: “Ninguém se salva, mas vocês são obrigados a votar, então tampem o nariz e votem”. Mas, no fundo mesmo, ninguém entrega ninguém porque os parceiros empresariais são os mesmos, e gozam de uma aparente paz, sob essa proteção corporativista do sindicato informal dos políticos e dos “fornecedores” do país mais roubado do mundo. Não percebem que o mar está calmo, mas nas profundezas algo está se mexendo em silêncio e os navegantes de óculos escuros e trajes de banho, tomando banho no convés de seus iates, podem ser surpreendidos por um maremoto chamado Acabou. Somente a miopia social pode convencer alguém de viver sem investir na credibilidade. Até nos relacionamentos interpessoais de a confiança é essencial. Entre os casais, a casa cai sem confiança mútua. Uma pessoa confiável é mais feliz porque obtém a colaboração das outras e não passa aperto na convivência social porque todos já conhecem sua gratidão e sabe que não trai ninguém nem age com avareza. Mas a maioria dos políticos brasileiros parece não se importar em ser chamada de ladrão. E, ao mesmo tempo, rouba de si o próprio futuro, rasga ou suja as credenciais que ganhou para defender o bem comum, emporcalha a alma e pavimenta de espinhos um destino desastroso. Deus tenha piedade desses malfeitores. Mas, principalmente e urgentemente, do nosso povo que há muito sofre pela opressão desses poucos. Precisamos da Sua misericórdia, Senhor, para restabelecer a nossa sorte.

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