Ter uma ideia do que o outro sente, enxergar a situação do
ponto de vista alheio e sofrer com a dor de outras pessoas fazem parte da
sensibilidade de um líder. Ninguém pode servir de guia para um grupo de pessoas
se não tiver uma visão avançada e um compromisso emocional com todos. E quanto mais o ser humano enxerga, mais
compadece e sofre por experiências além das suas próprias. Esse fator está
relacionado a chorar no cinema ou lendo um livro, em igual intensidade de que
também ri. Se ontem concordei com um amigo que disse “a felicidade é
ignorância”, hoje descordo, depois de uma análise mais profunda desse tema que
minha alma abraça com tanta afeição. Se por um lado a empatia nos oferece os
olhos do outro e a compaixão, o coração, e isso nos faz sofrer a dor alheia...
Por outro, também nos oferece a oportunidade da alegria que não se origina
somente da nossa própria visão risonha sobre as coisas boas. A capacidade de
enxergar mais amplia as oportunidades de alegrias e tristezas, o que se opõe à
apatia (o pior dos mundos). Certa vez conceituei (da série “amar é...”) que o
saber é a base de todo amor. Você não ama o que não sabe, eu dizia. Costurando
agora o tema desta nota com a “filosofia” de tempos atrás, o que
jamais conseguiria sem incluir a metafísica, posso afirmar que a gente não sabe
o que ama. Ou melhor, nós amamos muito mais do que sabemos. Ao
assimilar o amor é que abrimos a visão para saber e, sabendo, ficamos perplexos pelo quanto amávamos sem saber.
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