quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Visão


Ter uma ideia do que o outro sente, enxergar a situação do ponto de vista alheio e sofrer com a dor de outras pessoas fazem parte da sensibilidade de um líder. Ninguém pode servir de guia para um grupo de pessoas se não tiver uma visão avançada e um compromisso emocional com todos. E quanto mais o ser humano enxerga, mais compadece e sofre por experiências além das suas próprias. Esse fator está relacionado a chorar no cinema ou lendo um livro, em igual intensidade de que também ri. Se ontem concordei com um amigo que disse “a felicidade é ignorância”, hoje descordo, depois de uma análise mais profunda desse tema que minha alma abraça com tanta afeição. Se por um lado a empatia nos oferece os olhos do outro e a compaixão, o coração, e isso nos faz sofrer a dor alheia... Por outro, também nos oferece a oportunidade da alegria que não se origina somente da nossa própria visão risonha sobre as coisas boas. A capacidade de enxergar mais amplia as oportunidades de alegrias e tristezas, o que se opõe à apatia (o pior dos mundos). Certa vez conceituei (da série “amar é...”) que o saber é a base de todo amor. Você não ama o que não sabe, eu dizia. Costurando agora o tema desta nota com a “filosofia” de tempos atrás, o que jamais conseguiria sem incluir a metafísica, posso afirmar que a gente não sabe o que ama. Ou melhor, nós amamos muito mais do que sabemos. Ao assimilar o amor é que abrimos a visão para saber e, sabendo, ficamos perplexos pelo quanto amávamos sem saber.

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