Quando conversei com o presidente nacional do PV, o deputado
federal José Luís Penna, no início
de setembro, dei os parabéns a ele por ter mantido o partido distante de
escândalos, coisa muito difícil no Brasil. Ele me respondeu: “foi a custo de
sangue”. Então imaginei a pressão que deve ter sofrido para fazer alianças e para que aceitasse apoios que,
normalmente, disfarçam negociatas. Na política, é raro um apoio desinteressado. E vender a alma para o
diabo é uma prática comum entre os que buscam o poder a todo custo. No início,
pode até ser por idealismo que o político busque os apoios para realizar seus
sonhos de fazer o bem ao povo, mas a prática de reunir oportunistas e de se
comprometer com pagamentos de favores vai transformando o “líder” num escravizado. Mesmo que
ele ainda continue acreditando que é um idealista, suas manobras semearam a
inevitável colheita, e seus compromissos vão acorrentar suas ações
governamentais, caso consiga o que queria a qualquer preço. Se aceitar certos
apoios é danoso a uma história de liderança, imagine para quem busca por isso
freneticamente e não guarda reservas quanto ao preço. Reitero meus parabéns a
Penna e continuo admirando o PV, uma rara reserva partidária brasileira,
praticamente em extinção, tanto quanto o verde que o partido e ativistas
internacionais defendem. Pensar diferente, nadar contra a corrente, é um
desafio, pois que o mais fácil seria seguir os exemplos comuns entre os dirigentes
partidários que se justificam “todo mundo faz”. Não quero defender o falso
moralismo fariseu que diz “diga com quem andas que te direi quem és”. Porque acredito
no poder transformador do perdão e dos bons exemplos. Cristo andava com os
pecadores e estes não o modificaram, aliás se transformaram. O bem vence o mal.
Desde que o bem não queira o bem a qualquer custo.
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