Brincando do tradicional jogo das cadeiras e alternando as
fatias de domínio sobre os rumos do País, os grandes grupos econômicos já se definiram
entre duas vias de acesso e uma de manutenção do Planalto. As pré-candidaturas
anunciadas até agora não apresentam uma identidade com a vontade popular que se
revelou no levante do gigante, os movimentos de protesto que ganharam as ruas
este ano. A classe política não se comoveu, não ouviu o clamor. Há uma
insensibilidade própria da arrogância estimulada por vitórias aparentes (ou momentâneas) da hipocrisia,
que grande parte dos políticos parece não se dar conta de que algo se quebrou.
Para ilustrar, lembro a fala de um deputado que disse no calor das
manifestações: “vocês fazem isso, mas depois votam na gente”. A direita
brasileira nem lança mais candidatura, conformada e confiante de que as vestes
das esquerdas a escondem bem e, assim, não quer nem se desgastar. Por conta disso, as três
vias não se diferenciam em quase nada e estão aí na prateleira como marcas conhecidas,
sem nada de novo para oferecer. Falta uma genuína candidatura que precisa
surgir do clamor popular, sem apoio "caro" de grupos econômicos. Para uma campanha limpa, transparente, financiada pelo próprio povo.
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