quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Quarta via


Brincando do tradicional jogo das cadeiras e alternando as fatias de domínio sobre os rumos do País, os grandes grupos econômicos já se definiram entre duas vias de acesso e uma de manutenção do Planalto. As pré-candidaturas anunciadas até agora não apresentam uma identidade com a vontade popular que se revelou no levante do gigante, os movimentos de protesto que ganharam as ruas este ano. A classe política não se comoveu, não ouviu o clamor. Há uma insensibilidade própria da arrogância estimulada por vitórias aparentes (ou momentâneas) da hipocrisia, que grande parte dos políticos parece não se dar conta de que algo se quebrou. Para ilustrar, lembro a fala de um deputado que disse no calor das manifestações: “vocês fazem isso, mas depois votam na gente”. A direita brasileira nem lança mais candidatura, conformada e confiante de que as vestes das esquerdas a escondem bem e, assim, não quer nem se desgastar. Por conta disso, as três vias não se diferenciam em quase nada e estão aí na prateleira como marcas conhecidas, sem nada de novo para oferecer. Falta uma genuína candidatura que precisa surgir do clamor popular, sem apoio "caro" de grupos econômicos. Para uma campanha limpa, transparente, financiada pelo próprio povo.

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